"Estávamos no bar, em um momento de lazer no final de semana, quando os policiais chegaram jogando spray de pimenta na gente. Quando falamos que íamos filmar aquilo e pegamos o celular, eles falaram que nos levariam para a delegacia por desacato ", contou a jovem Eliane da Silva Anacleto, que presenciou a confusão, mas foi impedida de registrá-la.
Outra testemunha, que preferiu não se identificar, disse que os policiais queriam acabar com as festas no entorno da quadra e mandaram "fechar tudo". "Eles chegaram na truculência, jogando spray de pimenta em todo mundo, sem nem ver o que estava acontecendo". Segundo o jovem, ações policiais para reprimir os moradores em momentos de lazer durante os finais de semana são comuns.
"O final de semana é o tempo que o morador tem para se divertir. Tem gente aqui que trabalha de segunda a sexta, de segunda a sábado, e quer dar uma relaxada na folga. A polícia não pode já chegar logo esculachando todo mundo", reclamou mais um jovem que presenciou o tumulto, mas que também preferiu relatar o caso sob anonimato, com medo de retaliações dos policiais.
Procurado pela reportagem da Agência Brasil, o dono do Bar Flamengo, identificado como Zé, negou a confusão e não quis dar entrevistas. Ao comando da PM, no entanto, disse que as testemunhas estavam bêbadas sem condições de narrar os fatos, segundo informou a assessoria de comunicação da UPP.
A assessoria da UPP também nega o uso de qualquer tipo de arma durante a ocorrência, o que precisaria ser registrado na unidade. Na avaliação da PM, durante a fase de implantação da UPP, cuja sede na comunidade foi inaugurada na última segunda-feira (9), é natural resistência por parte dos moradores.
A UPP em Nova Brasília tem um efetivo de 340 policiais, parte da força policial que substituiu o Exército nos complexos da Penha e do Alemão.