A cocaína tem chegado à capital do país via Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek e por estradas vicinais que dão acesso ao Distrito Federal. Além da Polícia Civil, a Polícia Federal atua no combate ao tráfico. Somente no primeiro semestre deste ano, a PF apreendeu 180kg de cocaína, volume 63,8% superior aos 115kg recolhidos em todo o ano passado.
Disputa por pontos de venda de drogas está por trás de crimes violentos
A alta demanda por droga contribui para elevar os índices da criminalidade no Distrito Federal. Desde 2011, cresceu o total de traficantes presos e de entorpecentes recolhidos das ruas, principalmente a cocaína, matéria-prima para a fabricação do crack. Em 2012, a quantidade de pó apreendido subiu 897% em relação a 2011. E 1.071 pessoas foram para a cadeia por causa do tráfico de drogas no primeiro semestre de 2012.
Os homicídios também ocorrem no rastro da disputa pelos pontos de distribuição. Em desafio aos líderes das bocas, pequenos traficantes brigam pelas mais quentes e, como consequência, provocam série de assassinatos. “Dos 394 homicídios deste ano, 236 (59%) tinham antecedentes criminais. Entre 50% e 60% dessas vítimas tinham alguma passagem por tráfico de drogas, certamente”, estima o diretor da Polícia Civil do DF, Jorge Xavier.
A maioria das vítimas assassinadas neste ano é do sexo masculino, com 376 mortes. Especialistas ouvidos pelo Correio confirmam que o tráfico está diretamente ligado a diversas formas de violência, como o roubo e o homicídio. Quem compra droga a prazo e não cumpre o compromisso no tempo determinado, por exemplo, paga com a vida. Para que não sejam mortos, os viciados praticam roubos e furtos. Por outro lado, quando um líder de tráfico é identificado e preso, a violência também pode evoluir para um homicídio. “Quando há pouca oferta (de droga), os pedaços (bocas) mais nobres são disputados à bala”, destacou Xavier.