São Paulo – O número de doações de leite humano em São Paulo deve diminuir até 40% no mês de julho, segundo estatísticas de bancos de leite da capital. As férias escolares e o inverno são as principais razões apontadas pelos bancos para a diminuição. A solução encontrada por quatro bancos para manter o nível adequado foi fazer estoques antecipadamente para compensar o período de baixa doação.
"Nos meses de férias, as mães viajam e interrompem as doações. O frio nesse período também não ajuda, porque dificulta a coleta. Já que elas precisam fazer a higienização, lavar as mãos, expor a mama e isso as deixa desagasalhadas", disse Cristiane Gomes, diretora substituta do Hospital Maternidade de Interlagos, localizado na zona sul da capital. Segundo ela, algumas mães diminuem, inclusive, a amamentação dos filhos.
De acordo com a diretora, em junho, foram recolhidos 48 litros de leite e, em maio, 49 litros. "Ainda não fechamos os dados de julho, mas certamente teremos redução. Fazemos a manobra de pasteurizar e congelar para evitar zerar o estoque", explicou. Segundo Cristiane, o leite materno pasteurizado dura até seis meses, quando congelado. "Sem pasteurização, ele dura 15 dias, que é como as mães doadoras costumam conservá-lo."
Em 2011, o Hospital Maternidade de Interlagos conseguiu manter o volume de doações, mas, segundo a avaliação dos técnicos do banco de leite, foi um ano atípico, por ter concentrado um bom número de doadoras. A Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), disponibiliza a localização de todos os bancos de leite do país no www.redeblh.fiocruz.br.