“São moradores da zona sul. Um deles, de Santo Amaro, tinha a casa toda cercada por sistema de câmeras e os pais não acreditavam que o filho poderia estar envolvido em um crime”, contou o delegado. Lima explicou que a investigação ganhou força em abril, com a prisão do estudante Bruno Rodrigues Guedes de Jesus, de 19 anos, que seria o chefe do bando e é apontado como coordenador de 19 sequestros relâmpagos no bairro desde janeiro. Jesus continua preso.
Foi a partir dele que investigadores chegaram até Vitor Mendes de Lima, de 20 anos, Lucas Fernandes, de 18, Michael Douglas, de 19, Raphael Guilherme dos Santos, de 21, Temístocles de Souza Oliveira, de 21, e William Santos Goes, de 21. O grupo agia após as 18h, quando eles saíam do trabalho. O alvo preferido eram mulheres - segundo a polícia, teriam menos chances de reagir.
Assim que abordavam as vítimas, os criminosos usavam uma arma. Batiam no vidro e seguiam com a pessoa por ruas do bairro, enquanto outra parte da quadrilha, em outro carro, era responsável pelos saques e compras em shopping. Em uma das ocorrências, os criminosos gastaram R$ 7 mil em compras.
Os itens escolhidos eram sempre roupas e tênis de grife. Houve casos em que a quadrilha gastou em uma hora R$ 600 em compras em um mercado da região. Na lista de produtos aparecem energéticos e uísques. “Quando não eram compras, eles usavam o dinheiro do saque para alugar casas de praia para fazer festas”, comenta o delegado Lima. Depois de circular com as vítimas, a quadrilha as abandonava na Marginal do Pinheiros, próximo das Pontes do Morumbi e João Dias.
Mãe presa
Entre os detidos está uma mulher identificada como Fabiana, que seria mãe de um dos rapazes procurados. Segundo a polícia, ela teria recebido um Honda Fit do filho e continuado com o carro. O veículo era um carro clonado. Ela vai responder em liberdade.
Com exceção de um dos acusados, os advogados não foram localizados. A quadrilha foi reconhecida pelas vítimas por fotos em 30 casos.