Segundo a Subprefeitura do Butantã, um pedido de poda foi feito ao Conselho de Segurança (Conseg) do bairro. A poda, no entanto, seria de uma única seringueira e não das 15 árvores que foram podadas pelas motosserras. A justificativa seria garantir a segurança do local ao aumentar a luminosidade - argumento compartilhado por alguns moradores.
“Essa praça é uma escuridão só. Ficamos preocupados com assaltos várias pessoas ficam escondidas entre as árvores. Eu concordo com a poda de todas elas”, afirmou a aposentada Claudette Franco de 66 anos, vizinha de Carneiro e da praça. “Precisamos de ar, de verde, mas tudo que é exagerado (a atitude de Carneiro de subir nas árvores) deve ser questionado”, afirmou outra moradora a também aposentada Marlene Marcondes, de 77 anos.
Para o artista plástico Ivan Pereira, de 72 anos, a segurança é uma preocupação, mas outra solução poderia ter sido encontrada. “Precisamos de iluminação, isso sim. O que fizeram aqui não foi uma poda, foi estupidez. Tenho uma foto do meu filho brincando naquela árvore quando ainda era uma criança. Cortaram 30 anos de história.”
Estudos
A subprefeitura garante que, antes da execução dos serviços, engenheiros agrônomos fazem vistoria e elaboram um laudo técnico indicando a condição das árvores. Segundo o órgão, as medidas são executadas quando as árvores apresentam más condições de preservação, quando estão prestes a cair ou interferem na fiação elétrica.
Durante todo o dia, Henrique Carneiro e sua mulher, Sílvia Miskulin, de 41anos, também historiadora e professora universitária, ficaram de prontidão para evitar que a poda recomeçasse. Eles procuraram os vizinhos para pedir apoio e enviaram também uma denúncia para a Procuradoria de Meio Ambiente do Ministério Público Estadual. Carneiro afirma que, caso a empresa retorne, subirá de novo nas árvores para evitar que o corte seja feito.
Segundo a Secretaria de Coordenação das Subprefeituras, o serviço foi suspenso ontem, mas será realizado novamente ainda nesta semana.