Jornal Estado de Minas

Grupo de mães que denunciam assassinatos por PMs é suspenso do Facebook

AFP
A página do Movimento Mães de Maio, que luta contra a violência policial, foi suspensa pelo Facebook na manhã desta terça-feira, o que revoltou seguidores e simpatizantes do grupo. Até as 20h, mais de 1,4 mil pessoas compartilharam mensagem que denunciava o fechamento da página, que voltou ao ar no fim da tarde.
Procurado, o Facebook afirmou que não comenta casos específicos de usuários. O site disse também que, se a página foi temporariamente bloqueada, algum termo de uso da plataforma foi descumprido ou algum conteúdo denunciado. Os responsáveis não informaram qual termo de uso foi descumprido nem qual conteúdo foi denunciado. Também não explicaram por que a página voltou ao ar.

Para a líder do movimento, Débora Maria da Silva, a suspensão da página foi um ato de censura. “Ela foi fechada porque há uma perseguição às mães. É uma represália. Não querem que mostremos que a polícia no Brasil é assassina. (A polícia) Não faz prevenção, mas o extermínio em comunidades periféricas. Eles estão nos colocando para fora porque denunciamos isso e incomodamos as pessoas. É uma democracia que não chega até os pobres”, disse.

O Movimento Mães de Maio é formado por cerca de 70 mulheres que apontam a Polícia Militar como responsável pela morte de seus filhos, direta ou indiretamente. O grupo pede a desmilitarização da polícia, a criação de uma política de apoio aos familiares de vítimas da violência do Estado e a caracterização das mortes cometidas por policiais como homicídio, e não “resistência seguida de morte”, como são registradas atualmente.