Segundo a polícia, outros dois carros acompanharam o Jetta. De acordo com a vítima, o grupo era formado por oito pessoas. Ela não chegou a ver nenhum deles armado.
Márcia foi orientada a dar o número de seu celular aos criminosos e foi deixada a alguns metros da entrada da joalheria Guerreiro. Assim que entrou na loja, o telefone tocou e os criminosos a mandaram passar o aparelho para um dos vendedores. Segundo a gerente da loja, Lilian Gomes de Almeida, de 36 anos, Márcia estava assustada e disse que seria morta caso elas não a ajudassem. As vendedoras obedeceram e entregaram peças de ouro, que foram colocadas em uma sacola.
A ação durou menos de cinco minutos. Ao sair da joalheria, a empresária foi até a Rua Haddock Lobo, onde um integrante da quadrilha a abordou, pegou a sacola e disse para ela continuar colaborando. Depois disso, ela ficou mais três minutos imóvel, com medo de uma explosão. Só depois que um dos criminosos disse por telefone que a bomba estava desarmada é que ela gritou e pediu socorro.
A PM foi chamada e acionou a equipe antibombas do Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate). Tanto a caixa que havia sido deixada na loja quanto o dispositivo que Márcia tinha amarrado à cintura foram detonados. Por causa do bloqueio, o trânsito da Haddock Lobo ficou complicado, com reflexo na Avenida Paulista.
O roubo fez com que as demais lojas da rua ficassem vazias pelo resto do dia. “É um perigo! Eles estão nos roubando com bombas agora. Imagina se isso explode. Um horror”, disse a comerciante Lúcia Agostino, de 27 anos. O delegado Rogério de Camargo, do 78º Distrito Policial, disse que somente a bomba deixada na loja tinha pólvora. Até o começo da noite de sexta-feira a polícia não tinha divulgado pistas sobre o grupo.