A participação feminina na política latino-americana e caribenha vem crescendo consideravelmente na última década, de acordo com o relatório Estado das Cidades da América Latina e Caribe, divulgado nesta terça-feira (21) pelo Programa das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos (ONU-Habitat). Nos legislativos locais, o número de vereadoras já alcança 22%. Em 1999, eram apenas 14%.
As ações afirmativas são citadas como importantes ferramentas para a diminuição das desigualdades de gênero. Conforme o relatório, os países que implementaram algum tipo de lei nesse sentido são os que apresentaram avanços na participação feminina na política.
De acordo com o oficial principal de Assentamentos Humanos do ONU-Habitat, Erik Vittrup, as diferenças de posicionamento das gestões públicas sobre a questão do gênero são muito marcantes e discrepantes na região.
“O Brasil é um dos países que estão na vanguarda desse assunto. Chile e Costa Rica também. Na Costa Rica, existe uma cota de 30% para mulheres em cargos públicos, mas ainda há países que se recusam a discutir a questão de gênero”, lamentou ele.
Em 2009, a Costa Rica era o país da região com a maior porcentagem de vereadoras (43%). Em Trinidad e Tobago, o número chegava a 31%, e no Peru, 30%. Belize, Cuba, Chile, Equador, El Salvador, México, Nicarágua, Paraguai e República Dominicana tinham mais de 20% das mulheres nesses cargos. O Brasil aparecia com pouco menos de 20%. O Uruguai era o último da lista, sem nenhuma vereadora.
Nas prefeituras, as mulheres representavam, também em 2009, apenas 10% do total dos administradores das cidades latino-americanas e caribenhas. As exceções, de acordo com o relatório, são Belize, com 22% das prefeituras ocupadas por mulheres; Cuba, com 20%; e Venezuela, com 18%.