O Brasil perdeu apenas para os Estados Unidos em número de usuários de cocaína em pó e crack no ano de 2011. Foram 2,8 milhões de consumidores no país, contra 4,1 milhões registrados pelo primeiro colocado, segundo a pesquisa do Instituto Nacional de Pesquisa de Políticas Públicas do Álcool e Outras Drogas (Inpad) da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) divulgada hoje, na capital paulista.
Quando as duas drogas são consideradas isoladamente, de acordo com a pesquisa, o Brasil é o maior mercado mundial do crack e o segundo maior de cocaína. Os resultados do Levantamento Nacional de Álcool e Drogas (Lenad) foram publicados na página do Inpad na internet.
Segundo o médico Ronaldo Laranjeira, organizador do estudo, enquanto os países desenvolvidos diminuem o consumo da droga, os emergentes como o Brasil estão na contramão, elevando o número de usuários. “Isso mostra que temos uma rede de tráfico no Brasil inteiro que sustenta quase 3 milhões de usuários de cocaína e crack”, disse.
No ano passado, o consumo da cocaína intranasal (cheirada) foi mais elevado que a pulmonar (crack e oxi), com 2,3 milhões de usuários adultos e 226 mil adolescentes. Na forma de crack e oxi, o número de usuários foi de 1 milhão de adultos e 18 mil adolescentes. De acordo com o levantamento, 17% do total de usuários consumiram os dois tipos de droga.
Apesar de o número dos usuários de crack ser inferior ao da cocaína intranasal, esse é o público que mais preocupa o médico. “É a população que tradicionalmente tem uma mortalidade maior. Com certeza, 1 milhão de usuários de crack é problema muito mais preocupante que [cerca de] 2 milhões de usuários de cocaína”, disse Laranjeira.
De acordo com o estudo, 27% dos usuários dos dois tipos de cocaína – em pó, de uso nasal, e em pedra, fumada - consumiram a droga todos os dias ou ao menos duas vezes por semana, no ano passado. Quase metade (48%) foi identificada como dependente químico, mas apenas 30% deles disseram ter a intenção de interromper o uso.
Outro ponto preocupante abordado pelo relatório foi a idade de iniciação. Os usuários que experimentaram cocaína antes dos 18 anos de idade são quase metade (45%). Além da iniciação precoce, o acesso à droga também é facilitado, pois 78% deles consideraram fácil encontrar o produto.
A busca pelo tratamento entre os usuários de cocaína e crack, além disso, mostrou-se baixo, menos de 10%.“O acesso é muito difícil no Brasil e a qualidade do tratamento é muito precária. Então, é isso que a gente tem que mudar, nós temos que criar um sistema que realmente funcione”, disse Laranjeira.
Segundo o estudo, quase metade dos usuários de crack e cocaína está concentrada no Sudeste (46%). Para Laranjeira, isso comprova que relacionar uso dessas drogas com a pobreza é ingenuidade. “A droga segue o dinheiro", disse o médico.
Para Laranjeira, o alto índice de usuários do Nordeste (25%) mostra que a melhora das condições sociais da região tenha trazido como consequência o aumento do consumo de cocaína e crack. "Os países onde mais se consume droga são os que têm mais dinheiro. Não é à toa que os Estados Unidos são o primeiro mercado”, completou.
Quando as duas drogas são consideradas isoladamente, de acordo com a pesquisa, o Brasil é o maior mercado mundial do crack e o segundo maior de cocaína. Os resultados do Levantamento Nacional de Álcool e Drogas (Lenad) foram publicados na página do Inpad na internet.
Segundo o médico Ronaldo Laranjeira, organizador do estudo, enquanto os países desenvolvidos diminuem o consumo da droga, os emergentes como o Brasil estão na contramão, elevando o número de usuários. “Isso mostra que temos uma rede de tráfico no Brasil inteiro que sustenta quase 3 milhões de usuários de cocaína e crack”, disse.
No ano passado, o consumo da cocaína intranasal (cheirada) foi mais elevado que a pulmonar (crack e oxi), com 2,3 milhões de usuários adultos e 226 mil adolescentes. Na forma de crack e oxi, o número de usuários foi de 1 milhão de adultos e 18 mil adolescentes. De acordo com o levantamento, 17% do total de usuários consumiram os dois tipos de droga.
Apesar de o número dos usuários de crack ser inferior ao da cocaína intranasal, esse é o público que mais preocupa o médico. “É a população que tradicionalmente tem uma mortalidade maior. Com certeza, 1 milhão de usuários de crack é problema muito mais preocupante que [cerca de] 2 milhões de usuários de cocaína”, disse Laranjeira.
De acordo com o estudo, 27% dos usuários dos dois tipos de cocaína – em pó, de uso nasal, e em pedra, fumada - consumiram a droga todos os dias ou ao menos duas vezes por semana, no ano passado. Quase metade (48%) foi identificada como dependente químico, mas apenas 30% deles disseram ter a intenção de interromper o uso.
Outro ponto preocupante abordado pelo relatório foi a idade de iniciação. Os usuários que experimentaram cocaína antes dos 18 anos de idade são quase metade (45%). Além da iniciação precoce, o acesso à droga também é facilitado, pois 78% deles consideraram fácil encontrar o produto.
A busca pelo tratamento entre os usuários de cocaína e crack, além disso, mostrou-se baixo, menos de 10%.“O acesso é muito difícil no Brasil e a qualidade do tratamento é muito precária. Então, é isso que a gente tem que mudar, nós temos que criar um sistema que realmente funcione”, disse Laranjeira.
Segundo o estudo, quase metade dos usuários de crack e cocaína está concentrada no Sudeste (46%). Para Laranjeira, isso comprova que relacionar uso dessas drogas com a pobreza é ingenuidade. “A droga segue o dinheiro", disse o médico.
Para Laranjeira, o alto índice de usuários do Nordeste (25%) mostra que a melhora das condições sociais da região tenha trazido como consequência o aumento do consumo de cocaína e crack. "Os países onde mais se consume droga são os que têm mais dinheiro. Não é à toa que os Estados Unidos são o primeiro mercado”, completou.