Ela ressaltou que pessoas que moram em áreas dominadas por milicianos ou por traficantes ficam mais expostas a esse tipo de violência. “É importante que outras políticas sejam feitas e não só uma repressão que muita das vezes é violenta e que não tem minimizado a violência nessas áreas pobres. A forma como se faz o policiamento nessas áreas é muito diferente. A maior parte do policiamento voltado para as áreas nobres da cidade é muito mais preciso e com um contingente muito maior”, disse.
Outro problema citado por Sandra Carvalho é o deslocamento de traficantes para comunidades que ainda não contam com as unidades de Polícia Pacificadora (UPP). Segundo ela, ao pacificar uma determinada área, o governo acaba assumindo o risco de um possível aumento dos índices de criminalidade em uma outra localidade. “Essa política de segurança pública tem como cliente uma parcela muito privilegiada da sociedade. O policiamento busca dar segurança para as áreas mais nobres, mas abandona o que é uma periferia”, declarou.
Por causa da operação policial para prender os responsáveis pela chacina, pelo menos 14 escolas municipais e estaduais localizadas nos municípios de Mesquita e Nilópolis, na Baixada Fluminense, ficaram sem aulas hoje (11). De acordo com a secretaria de Educação, ao todo, 9 mil alunos não tiveram aulas. Na cidade de Mesquita, a ação dos policiais também interferiu no funcionamento de dois postos de saúde, que ficam localizados próximos a área onde ocorre a varredura das forças de segurança do estado.