Com quatro anos de antecedência, o Brasil atingiu uma das Metas do Milênio da Organização das Nações Unidas (ONU), a que se refere à redução da mortalidade infantil até 2015. A queda de mortes registrada no País em 2011 foi uma das cinco maiores do mundo. Os dados serão divulgados nesta quinta-feira pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), Banco Mundial e OMS.
Em 2000, a ONU fixou metas sociais para os países e deu 15 anos para que governos chegassem perto dos objetivos. A base de comparação é o ano de 1990. No caso do Brasil, a meta era de que as 58 mortes registradas para cada mil crianças em 1990 fossem reduzidas para 19 por grupo de mil em 2015. Mas, ao final de 2011, a taxa já era de 16 para cada mil crianças.
Melhor atendimento médico, crescimento da renda familiar, expansão dos serviços de saúde, como ampliação da cobertura de vacinas e antibióticos, são os motivos do avanço brasileiro. “Atingir a meta estabelecida pela ONU antes do prazo é uma grande vitória. Nos últimos dez anos, o esforço do Ministério da Saúde de levar profissionais para cada canto do País ajudou a reduzir pela metade a mortalidade infantil. Mas queremos avançar ainda mais, com a Rede Cegonha, reforçando a qualidade no pré-natal e na assistência ao parto, e a expansão das UTIS neonatais”, afirmou o ministro Alexandre Padilha.
América Latina
Graças aos avanços de Brasil, El Salvador, do México e do Peru, a América Latina está prestes a também alcançar o objetivo. A região, segundo o levantamento, promoveu uma queda de 64% nas mortes. “A América Latina está muito próxima do objetivo e, se seguir no atual ritmo, chegará à meta”, disse o diretor do Departamento de Estatísticas Sanitárias da OMS, Boerma Ties. Na região, a estimativa é de que 53 em cada mil crianças não chegavam aos 5 anos em 1990. A taxa caiu para 19 por mil, muito próxima à de 18 por mil estabelecida pela meta. O caso mais dramático ainda é o Haiti. A taxa é de 70 mortes para cada mil crianças, quando a meta estabelecia que o índice deveria ser de 48 mortes.