“No ano passado, nosso objetivo era, primeiro, incomodar, falar que a gente estava aqui, abrindo o movimento, e unir todas as vítimas e familiares das vítimas do Brasil todo. O objetivo agora é chegar a 1,3 milhão de assinaturas para o nosso projeto, e aí brigar no Congresso para que ele vire lei”, disse Rafael Baltresca, filho de Miriam.
Ele se refere a um projeto de iniciativa popular, organizado pelo movimento Não Foi Acidente, que pretende mudar a forma de verificar se o motorista está bêbado. De acordo com a proposta, que já conta com 600 mil assinaturas, o exame de sangue e o teste do bafômetro não seriam mais necessários para constatar a embriaguez, que seria aferida por análise clínica de um médico legista ou de uma pessoa com fé pública.
Pela proposta de iniciativa popular, que pode ser assinada em www.naofoiacidente.org, casos de motoristas envolvidos em mortes no trânsito continuam sendo considerados homicídio culposo. Porém, a pena seria aumentada para 5 a 9 anos de reclusão caso fosse provada a embriaguez do motorista.
“Além da mudança nas leis, é necessário que as pessoas tenham consciência. Saem, bebem e causam acidentes e, de fato, não estão sabendo o que estão fazendo. A alteração de leis é necessária, mas a conscientização é fundamental”, disse Maria Rita Pereira, amiga de uma das vítimas.
Na caminhada, a maioria dos manifestantes vestia camiseta branca e muitos carregavam cartazes com fotos das vítimas. No local do atropelamento de Mirian e Bruna, eles colaram adesivos na forma de borboletas, para simbolizar a volta à vida.