Parentes e amigos de vítimas de acidente de trânsito fizeram no final da manhã deste sábado uma caminhada pela zona oeste de São Paulo pedindo leis mais rigorosas para punir motoristas que dirigem embriagados ou em alta velocidade. Eles cobraram ainda uma maior conscientização da população em relação aos perigos do trânsito.
Os manifestantes percorreram cerca de 2 quilômetros pelas avenidas Fonseca Rodrigues, Arruda Botelho e pela Marginal Pinheiros, até chegarem ao lado do prédio do Shopping Villa-Lobos, onde Miriam e Bruna Baltresca, mãe e filha, respectivamente, morreram atropeladas há cerca de um ano, em 17 de setembro de 2011.
“No ano passado, nosso objetivo era, primeiro, incomodar, falar que a gente estava aqui, abrindo o movimento, e unir todas as vítimas e familiares das vítimas do Brasil todo. O objetivo agora é chegar a 1,3 milhão de assinaturas para o nosso projeto, e aí brigar no Congresso [Nacional] para que ele vire lei”, disse Rafael Baltresca, filho de Miriam.
Pela proposta de iniciativa popular, que pode ser assinada em www.naofoiacidente.org, casos de motoristas envolvidos em mortes no trânsito continuam sendo considerados homicídio culposo. Porém, a pena seria aumentada para 5 a 9 anos de reclusão caso fosse provada a embriaguez do motorista.
“Além da mudança nas leis, é necessário que as pessoas tenham consciência. Saem, bebem e causam acidentes e, de fato, não estão sabendo o que estão fazendo. A alteração de leis é necessária, mas a conscientização é fundamental”, disse Maria Rita Pereira, amiga de uma das vítimas.
Na caminhada, a maioria dos manifestantes vestia camiseta branca e muitos carregavam cartazes com fotos das vítimas. No local do atropelamento de Mirian e Bruna, eles colaram adesivos na forma de borboletas, para simbolizar a volta à vida.