O maior massacre já registrado no sistema penitenciário brasileiro completa 20 anos nesta terça-feira. No dia 2 de outubro de 1992, policiais invadiram o presídio do Carandiru, na capital paulista, durante uma rebelião e mataram, com uso de metralhadoras, fuzis e pistolas, ao menos 111 presidiários. Até hoje, ninguém foi responsabilizado pelos crimes.
Nessa segunda-feira, movimentos sociais e a Pastoral Carcerária fizeram um ato na Praça da Sé para relembrar o massacre. No sábado, eles também pretendem fazer uma caminhada cultural, marcada para ocorrer no Parque da Juventude, onde antes estava instalado o Complexo Penitenciário do Carandiru. A TV Brasil conta a história do massacre no especial Carandiru, as Marcas da Intolerância, do Programa Caminhos da Reportagem, que será apresentado na próxima quinta-feira), às 22 horas.
Sidney Francisco Sales, de 45 anos, é um sobrevivente do Crandiru. Ele acredita que escapou da execução pelos policiais por um milagre. Sales estava preso há quatro anos e, no dia do massacre, estava em uma das celas no quinto andar do Pavilhão 9. “Para as pessoas que sobreviveram ali, creio eu, milagrosamente, [aquele dia] estará sempre marcado em sua memória. Pior ainda é para aquelas pessoas que perderam seus entes queridos. Essas sim deveriam receber subsídios e ter a atenção do Estado e serem respeitadas”, diz.
Os 28 dos policiais militares acusados pelo massacre vão a júri popular no dia 28 de janeiro de 2013. O júri está marcado para as 9 horas, no Fórum da Barra Funda, na zona oeste da capital paulista. O processo será julgado em etapas, devido ao grande número de réus envolvidos.
(Com agências)