Entre as crianças que abandonaram o tratamento, os fatores de risco relacionados à obesidade aumentaram em um terço delas. “Abandonar o tratamento pressupõe um risco muito grande de doenças cardiovasculares, diabetes, hipertensão, acidente vascular cerebral”, alerta Magnoni.
Para combater o aumento da taxa de obesidade verificada nos últimos anos, Magnoni defende a inclusão da educação nutricional no currículo escolar. A Pesquisa de Orçamentos Familiares de 2009 (POF) indica que, na faixa de 10 a 19 anos, 21,7% dos brasileiros têm excesso de peso. Em 1970, o índice era 3,7%.
Segundo o especialista, o aumento está relacionado às mudanças de hábito ocorridas ao longo dos anos. “As crianças de hoje são muito presas em casa, não andam de bicicleta, nem jogam futebol. Temos também um aumento do consumo de alimentos muito calóricos, a facilidade do acesso a alimentos industrializados.”
Maus hábitos dentro de casa ajudam a reforçar o problema, ressalta Magnoni. “Grande parte das crianças é filho e neto de pacientes com doenças cardiovasculares, obesidade e hipertensão. Isso mostra a necessidade de você atuar combatendo a obesidade das crianças”, destaca. “A criança é o melhor professor dos seus pais no estilo de vida saudável”, reforçando a importância da educação nutricional nas escolas.