O Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1) condenou nessa segunda-feira os pilotos norte-americanos Jan Paul Paladino e Joseph Lapore a pena de três anos, um mês e dez dias. A decisão muda condenação anterior, da Justiça federal em Sinop (MT), de quatro anos e quatro meses em regime semiaberto, pena que foi transformada em prestação de serviços comunitários. Os pilotos comandavam o jato Legacy que, há seis anos, colidiu com um avião da Gol na região amazônica, causando a morte de 154 pessoas.
A nova condenação decorreu de recurso do Ministério Público Federal em Mato Grosso e da Associação de Familiares e Amigos das Vítimas do Voo 1907, que discordaram da decisão em primeira instância que convertia a pena de e quatro anos e quatro meses em prestação de serviços comunitários e perda da autorização para pilotar.
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Pilotos do Legacy que provocou queda do avião da Gol irão a julgamento nesta segundaJustiça ainda não julgou apelação contra sentença de pilotos do LegacyAnac mantém punições a pilotos do LegacyPilotos do Legacy são condenados pela Justiça brasileiraPiloto do Legacy diz que cumpriu ordens da torre de controleMPF pede novo julgamento para pilotos americanos envolvidos no acidente da GolO cumprimento da pena deve ocorrer no Estados Unidos, país com o qual o Brasil tem um tratado bilateral para cumprimento de sentenças judiciais. “A decisão é aqui, mas o cumprimento da pena é lá. Assim, como nós pretendemos cumprir as decisões americanas aqui, no Brasil, nós esperamos que os americanos cumpram as decisões brasileiras lá, nos Estados Unidos”, explicou Bitencourt.
A defesa dos pilotos havia pedido a absolvição com a alegação de que o acidente foi motivado por falhas no comando do tráfego aéreo. “Não é o resultado que nós pleiteávamos. Os pilotos e a defesa deles, desde o começo, pediam a absolvição, declarou Téo Dias, advogado dos pilotos.
Dias disse ainda que vai analisar a sentença para decidir se entra com recurso. O relator, desembargador Tourinmho Neto, considerou, em seu voto, que a culpa dos pilotos estava provada e que a responsabilidade dos controladores aéreos não excluía a culpa dos dois.
Os parentes das vítimas comemoram a decisão do TRF1. “A gente tá nessa briga há seis anos por por justiça e resgate de dignidade. A decisão que obtivemos agora, ela nos conforta muito. Claro que não traz as pessoas que a gente perdeu, mas ela começa a mostrar que o Brasil tem Justiça”, disse Rosane Gutjahr, diretora da Associação de Familiares e Amigos das Vítimas do Voo 1907.
Rosane destacou que os parentes estão preparados caso a defesa decida entrar com recurso pedindo a anulação da sentença. “A gente sabe que é um passo, a gente sabe que vai ter um terceiro passo, pois provavelmente o outro lado vai recorrer”, disse.