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Estado de Minas

EUA emitem mais vistos para turistas brasileiros que chineses em 2011


postado em 22/10/2012 20:22

Embalado pelo aumento da classe C, o Brasil finalmente ultrapassou a China no número de vistos de turistas emitidos pelos consulados norte-americanos no ano passado. Foram 746,3 mil vistos do tipo em 2011, ante 701,7 mil dos chineses - que têm população cinco vezes maior e cuja economia cresce em ritmo quatro vezes mais rápido que o Brasil.

A alta procura fez com que, contando todos os tipos de vistos, a embaixada e os consulados dos Estados Unidos no Brasil emitissem o número recorde de mais de 1 milhão de vistos de não imigrantes para brasileiros nos últimos 12 meses.

De janeiro a setembro, o crescimento foi de 16% em relação ao mesmo período do ano passado, o que obrigou os consulados no País a dobrar seu pessoal e criar novas centrais de triagem para desafogar os postos de entrevistas.

Atualmente, a China ainda recebe mais vistos que o Brasil, somando todos os vistos (como estudante e trabalho). Mas, até o ano passado, o país asiático liderava também em número de vistos de turistas, com 3 mil documentos a mais. Há dez anos, a situação era ainda mais distinta: os brasileiros estavam em 6º lugar na lista, atrás de México, Coreia do Sul, China, Índia e Taiwan.

Hoje, o Brasil só recebe menos vistos de turistas e negócios que o México, que tem fronteira terrestre com os EUA e receberam 1,1 milhão de vistos desse tipo no último ano. "A China envia principalmente mais estudantes. No Brasil, os vistos estão concentrados para quem vai aos Estados Unidos por turismo ou negócios, e é isso que está tendo um crescimento absurdo", explica Katherine Caro, adida adjunta de Imprensa do consulado americano de São Paulo.

Ela credita o aumento na emissão de vistos americanos para brasileiros a três motivos. "O primeiro é o aumento da classe C. Muita gente está viajando pela primeira vez na vida. Depois vem o real forte, que incentiva a viagem. E também tem o aumento do turismo de compras. Muita gente vai até Miami só para comprar eletrônicos ou coisas assim, já que o alto preço no Brasil muitas vezes até compensa o valor da passagem aérea", afirma.

Quando foi tirar o visto para o filho de 10 anos ir à Disney, a arquiteta Valéria Ferraz, de 38 anos, sabia que ia precisar de paciência. "Peguei uma fila que começava na calçada. Tinha muita gente", conta. Hoje o sistema melhorou e a espera é menor. "Acho que as pessoas vão para comprar mesmo, é muito mais barato. E brasileiro adora produto americano", diz.

Mudanças

O Departamento de Segurança Interna dos EUA se reuniu nesta segunda-feira para discutir alternativas para facilitar ainda mais a concessão de vistos para brasileiros que queiram viajar a turismo para o país, às vésperas de encontro entre a secretária de Estado, Hillary Clinton, e o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, em Washington.

Por enquanto, o governo norte-americano não prevê a eliminação da exigência de vistos para brasileiros. Mas a enorme demanda deve intensificar os planos para deixar cada vez mais eficiente a emissão. Há um estudo também para garantir que os brasileiros com visto não sejam barrados nos aeroportos, como ainda acontece em alguns casos. Mesmo esta mudança, porém, está apenas em etapa de análise.

A eliminação dos vistos, embora facilite a vinda de turistas brasileiros aos EUA, acabaria com uma importante fonte de renda para o Departamento de Estado, que fatura quase US$ 200 milhões por ano com as emissões - e também as rejeições.


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