Governo quer acelerar ações para incidentes em aeroportos, diz SAC
O governo estuda formas para tornar mais rápidas as respostas a incidentes como o que fechou a pista do Aeroporto de Viracopos, em Campinas (SP), por quase dois dias. A informação é do ministro da Secretaria de Aviação Civil (SAC), Wagner Bittencourt. Entre as alternativas está o uso de faixas de taxiamento como segunda pista em aeroportos que possuem apenas uma pista de pouso e decolagem.
"Vamos avaliar de que forma poderemos reduzir o tipo de risco de uma pista ficar interditada, utilizando, por exemplo, taxiways aperfeiçoadas que possam ser usadas como pista. Há aeroportos que não têm condição de construir uma outra pista, então, necessariamente, vão ter que ter um backup diferente", afirmou nesta quarta-feira, após se reunir com integrantes da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) e Aeronáutica.
Outra medida que pode ser adotada é a compra, pela Infraero, de recovery-kits, equipamento utilizado para a retirada de aviões de grande porte. Segundo o ministro, custam entre US$ 2 milhões e US$ 4 milhões. Atualmente, apenas uma empresa no País possui o equipamento, em São Paulo.
"O que o grupo vai discutir é se, no País, faz sentido ter e em que aeroporto, lugar, região; e também como isso poderia ser feito." Segundo Bittencourt, poucos aeroportos no mundo possuem o equipamento - nos Estados Unidos, são três; na Índia e no Japão, apenas um. "Hoje, o equipamento é de uma empresa, mas se a solução encontrada pelo grupo técnico for essa, poderemos ter também."
De acordo com o ministro, durante a reunião, o governo decidiu criar um grupo técnico para elaborar planos de contingência para casos como o que ocorreu em Viracopos. Além de investimentos, o governo avaliará mudanças de procedimentos operacionais e regulação para agilizar a solução de problemas.
No último dia 13, um cargueiro da empresa norte-americana Centurion apresentou problemas no pouso e interditou a pista do Viracopos. Devido à demora para remover o avião, o aeroporto ficou fechado das 19h55 do dia 13 até as 17h35 do dia 15. Segundo a Infraero, 235 partidas e 260 chegadas foram canceladas no período.