Segundo Carlos Alberto, dos 5.150 cargos para a Polícia Civil, criados por Lei, apenas 25% estão ocupados. Além disso, a atual estrutura da instituição é a mesma desde 1996. “Temos a mesma quantidade de delegacias, de policiais, não houve evoluções significativas. Este ano, foram mais de mil inquéritos sem resposta, ou seja, mais de mil famílias continuam sem saber quem foram os responsáveis pelo seu sofrimento. Na Grande Natal, as delegacias acumulam cerca de 700 procedimentos por delegacia. Com relação ao roubo de carros, só em maio foram mais de 200 veículos furtados no estado. E uma delegacia, com um delegado, um substituto e 12 escrevães não dá conta de solucionar estes crimes”, disse Carlos Alberto.
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Violência em São Paulo é tema de reunião em AracajuSão Luís registra 30 casos de violência contra idosos por diaDistrito Federal é líder em denúncias de violência contra a mulherMapa da Violência coloca Brasil entre os quatro países com maiores taxas de homicídio de jovensEstudante da USP está entre assassinados em SPOutro aspecto preocupante, segundo Roberto Moura, é a questão de saúde desses profissionais. “A carga de trabalho é tão elevada que muitos colegas estão necessitando de tratamento de saúde. Não aguentam a carga e ainda têm a licença prêmio negada, porque não tem outra pessoa para substituí-lo. Os gestores precisam entender a necessidade e partir para ação. O povo precisa de uma política efetiva, que dê respostas à sociedade”, afirmou Roberto.
Críticas
Para a presidente da Associação dos Delegados de Polícia Civil, Ana Claudia Saraiva, as críticas feitas à atuação da Polícia é, muitas vezes, injusta, tendo em vista a situação de dificuldades estruturais que a categoria enfrenta. “Nos apontam como ineficientes, mas não temos efetivo suficiente para atender uma demanda tão alta. O crime é uma torneira aberta e nós não temos como dar respostas à população, por falta de uma estrutura adequada”, declarou.
A representante do Sindicato da Polícia Civil, Renata Pimenta afirmou que a situação é de destruição. “Há algumas décadas era comum vermos policiais nas ruas trabalhando, investigando. Hoje em dia somos menos de 1.500 em todo o estado. Quando fazemos um paralelo com a Polícia Militar, que possui cerca de 12 mil policiais, vemos o quanto estamos defasados. É como se o Governo quisesse jogar a última pá de areia. Mas não vamos permitir. Com relação a estrutura, tivemos que ir desocupando prédios, perdemos 8 unidades e o efetivo é o mesmo de 1996”, afirmou Renata.
Governo
O representante do Governo do Estado, o diretor da Polícia Civil no interior, José Carlos de Oliveira afirmou que as reclamações são justas e disse que em 2013, após ter solucionado as questões dos limites prudenciais, o Governo irá convocar os policiais que passaram pelo curso de formação. “No próximo ano, o Governo deverá sair desse limite prudencial e a intenção é chamar todos que fizeram a academia. No total, são 308 agentes e 122 escrivães”, afirmou. José Carlos declarou, ainda, que o Governo está sensível a esta situação e disse que o delegado geral, Fábio Rogério da Silva está fazendo um trabalho, dentro do possível, para reduzir tais problemas.