Uma estudante de 17 anos, moradora de Paulista, na Região Metropolitana do Recife (RMR), está sendo medicada com coquetéis contra doenças sexualmente transmissíveis após relatar que foi obrigada a beber sangue em uma situação que ela garante ter vivido na tarde do domingo, dia 28. A menina conta que foi forçada a entrar num carro na PE-15, nas imediações do Hospital Central de Paulista, na Vila Torres Galvão, em um suposto sequestro de durou cerca de 30 minutos, e não teve testemunhas.
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Atendimento
Mãe e filha procuraram atendimento hospitalar ainda na noite do domingo. “Passamos por cinco hospitais e UPAs mas só conseguimos atendimento no Hospital Agamenon Magalhães, na Estrada do Arraial”, afirma a mãe. Lá, a estudante foi atendida em um centro especializado para mulheres agredidas e conversou com vários profissionais, entre eles um psicólogo. “Sei que a história é muito estranha. No hospital, um psicólogo perguntou se eu acreditava na possibilidade de delírio. Eu sei que já tive problemas como síndrome do pânico, o psicólogo também sabia, mas eu não tenho motivos para inventar essa história. A mulher ficou com algumas coisas minhas, não acho que uma alucinação teria causado isso", argumenta.
A adolescente foi submetida à coleta de sangue para realização de exames, cujos resultados sairão no dia 12 deste mês. A médica, especialista em ginecologia e obstetrícia, receitou medicamentos preventivos a doenças sexualmente transmissíveis, como HIV e sífilis. No laudo médico que a família mostrou à reportagem do Pernambuco.com estão as prescrições dos medicamentos para os próximos 30 dias e a descrição de “possível ritual de magia negra”.
Na segunda-feira (29), mãe e filha dizem ter ido até a Gerência de Policia da Criança e do Adolescente (GPCA) de Paulista mas, como a adolescente ainda estava bastante abalada e confusa, teriam sido aconselhadas a voltarem apenas quando ela estivesse em condições para prestar depoimento. Até o fechamento desta reportagem, a família não voltou para prestar queixa, alegando ter medo de relatar o caso porque a autora do suposto sequestrou teria ficado com documentos da menina, onde estariam informações como endereço da casa e da escola, além de uma câmera fotográfica com fotos da família. Muito assustada, só ontem a adolescente voltou a frequentar a escola. Em casa e na vizinhança, a menina é descrita como tranquila, estudiosa e sem envolvimento com álcool ou drogas.
A reportagem entrou em contato com a Secretaria de Defesa Social e com GPCA de Paulista. Ambas afirmam não ter informações sobre este caso ou sobre ocorrências semelhantes na área. A Secretaria de Saúde do Estado também não quis detalhar o atendimento prestado à adolescente porque o caso foi tratado como agressão e, neste caso, as informações não são divulgadas à Imprensa.