Jornal Estado de Minas

Moradores impedem derrubada de árvore centenária em Recife

Acácia seria cortada por construtora e ainda corre risco

Diário de Pernambuco
Árvore fica em frente à entrada do edifício; projeto não levou acácia em consideração - Foto: Laís AraújoMoradores da Rua Santo Elias, no bairro do Espinheiro, em Recife, denunciam nesta sexta-feira a chegada de uma equipe de trabalhadores com o objetivo de derrubar uma árvore, uma acácia centenária.
Depois da mobilização da comunidade, a Secretaria de Meio Ambiente havia informado que a Incorporadora Melo Rodrigues, responsável pela construção de um edifício na Rua Santo Elias, foi notificada a suspender a erradicação da árvore, em atenção à recomendação feita pelo Ministério Público de Pernambuco (MPPE).

No dia 19 de setembro deste ano, os moradores impediram a derrubada da acácia. A árvore corre o risco de ser retirada para construção da entrada do Edifício Arthur Rodrigues, que está em fase de finalização. Apesar de possuir autorização da Secretaria do Meio Ambiente, outros órgãos notificaram a obra e conseguiram suspender, temporariamente, a permissão ambiental.
A mobilização dos moradores começou três dias antes, quando as pessoas acordaram ao som de facões e serra elétrica. Antes disso, por três semanas os vizinhos alegam que a árvore vinha sofrendo uma poda, apesar de estar saudável.

A engenheira da obra Nadja Lucas explicou na ocasião que o projeto não levou em conta a existência da acácia e que a entrada do edifício será justamente no lugar da árvore, assegurando que a intervenção estaria dentro da lei. Segundo ela, duas novas árvores seriam replantadas em substituição.

A promotora do Ministério Público de Pernambuco (MPPE) Belize Câmara foi ao local e notificou Eduardo Guerra, representante da incorporadora, suspendendo a derrubada da árvore até que a análise da autorização ambiental fosse concluída.

A Polícia Militar também foi chamada por funcionários da incorporadora. O tumulto formado foi pacífico e ninguém foi autuado. Funcionários da Secretaria do Meio Ambiente também estiveram no local, mas alegaram não poder verificar a saúde da acácia.