O corpo do ator e diretor Marcos Paulo, falecido na noite desse domingo (11/11), encontra-se na capela 1 do cemitério Memorial do Carmo, zona portuária do Rio de Janeiro. No momento, apenas familiares, amigos e artistas comparecem ao velório. Muitos seguranças foram mobilizados para impedir a entrada da imprensa e do público geral, de acordo com informações da administração do local.
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A cerimônia de cremação no Memorial do Carmo, que estava prevista para as 11h, foi adiada, pois, segundo a administração, o crematório passou por uma reforma e ainda não está pronto para uso. O corpo de Marcos Paulo será encaminhado às 16h para o crematório da Santa Casa de Misericórdia, localizado no cemitério São Francisco de Xavier, mais conhecido como "Caju". As visitas poderão ser feitas até às 16h20.
Otimista e tentando não se deixar abater pela doença, ele não gostava de dar entrevistas sobre o assunto e manteve o ritmo de trabalho. Ele concluiu o filme "Assalto ao Banco Central", sua primeira experiência como diretor de cinema, já em meio ao drama do combate ao câncer. O filme estreou em 22 de julho do ano passado. "Não consegui fazer drama em cima disso. Resolvi que não ia ficar me escondendo porque câncer não é uma vergonha. É só mais uma batalha, e não é essa que vai me derrubar", disse, em entrevista à revista Época.
Há três semanas Marcos Paulo havia se submetido a exames que mostraram total remissão do câncer. Foi o quarto exame após a cirurgia e o resultado levou o ator e diretor a concluir que a doença havia sido vencida. Pai de três filhas (Vanessa, com a modelo Tina Serina; Mariana, com Renata Sorrah; e Giulia, com Flávia Alessandra), Marcos Paulo era constantemente fotografado por paparazzi na praia da Barra da Tijuca (zona oeste) caminhando com a mulher, Antonia Fontenelle, e aparentava ter recuperado o peso perdido durante o ano passado, por ocasião do tratamento.
Em uma entrevista recente, ele havia dito que sua vida era "absolutamente normal". Com a mulher, que permanecera ao seu lado durante todo o tratamento, Marcos Paulo trabalhava na produção do que marcaria seu segundo filme como diretor. Segundo ele, "Sequestrados" seria um "thriller policial", com parte de suas cenas gravadas no Amazonas. O elenco teria Lima Duarte, Milhem Cortaz, Fábio Lago, Vinícius de Oliveira e Eriberto Leão. Em setembro ele visitou Manaus e arredores à procura de locações para as filmagens.
Marcos Paulo Simões nasceu em São Paulo, em 1º de março de 1951, e foi criado no bairro do Bexiga, na região central da capital paulista. Filho adotivo do ator e autor de novelas Vicente Sesso sua primeira novela foi "O morro dos ventos uivantes", da TV Excelsior, em 1967, quando ele tinha apenas 16 anos. Passou ainda pela Record e pela Bandeirantes antes de ir para a TV Globo, em 1970.
Sua estreia na emissora carioca foi na novela "Pigmalião 70", escrita por Sesso. Em seguida trabalhou em "Próxima Atração" (1970), "Minha Doce Namorada" (1971) e "O Primeiro Amor", quando interpretou seu primeiro vilão - Rafa, líder de uma gangue de motociclistas arruaceiros. Em 1978, já consagrado como ator, Marcos Paulo passou cinco meses nos Estados Unidos fazendo um curso de direção. Quando retornou ao Brasil, estreou como diretor na novela "Dancin’ Days", de Gilberto Braga, ao lado de Dennis Carvalho e José Carlos Pieri.