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Estado de Minas

Emoção no adeus a Marcos Paulo

Família se despede do ator e diretor que morreu aos 61 anos, de embolia pulmonar. Viúva suspeita de malária, mas especialistas descartam doença


postado em 13/11/2012 07:55 / atualizado em 13/11/2012 08:22

A filha do ator, Giulia, é amparada pela mãe, a atriz Flávia Alessandra, ao chegar ao cemitério do Caju (foto: Bruno Gonzalez /Agencia O Globo)
A filha do ator, Giulia, é amparada pela mãe, a atriz Flávia Alessandra, ao chegar ao cemitério do Caju (foto: Bruno Gonzalez /Agencia O Globo)

“Ele morreu nos meus braços. Foi tudo muito rápido", afirmou, emocionada, a atriz Antônia Fontenelle, de 39 anos , viúva do ator e diretor Marcos Paulo, durante o velório do corpo dele ontem na Capela 1 do Cemitério Memorial do Carmo, no Caju, Zona Portuária do Rio. Marcos Paulo morreu na noite de anteontem, aos 61 anos, de embolia pulmonar. Ele estava ao lado da mulher, em casa, na Barra da Tijuca, Zona Oeste da cidade, quando começou a passar mal. Antônia ainda tentou socorrê-lo com a ajuda de uma amiga, mas não houve tempo.

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Na manhã de ontem, a atriz Flávia Alessandra foi a primeira a chegar ao cemitério, antes das 10h, com o marido, Otaviano Costa, e a filha Giulia, de seu casamento com Marcos Paulo. Emocionada, Giulia chorava bastante. Eles deixaram o local por volta das 12h30. Pouco depois chegou a atriz Renata Sorrah, com a filha Mariana, também fruto de seu casamento com o diretor. Em seguida, a viúva Antônia Fontenelle, bastante abalada.

O velório foi aberto ao público por volta das 12h. À tarde, cerca de 50 pessoas, entre parentes e amigos, acompanharam uma cerimônia católica de cremação do corpo do diretor.

Chorando muito, Fontenelle, que trabalhou com o diretor no filme Assalto ao Banco Central e na novela da TV Globo "Malhação", disse que "ele fez tudo o que poderia ter feito, não faltou nada". "Ele foi um anjo na minha vida. Com ele pude conhecer quem é a Antônia e até onde ela pode ir", afirmou.

Malária As cinzas do diretor, segundo ela, serão jogadas na praia, em frente à casa deles, possivelmente. "Era um lugar de que ele gostava muito." A atriz ainda contou à imprensa que o marido estava bem, mas apresentava "febre com características de malária, há uma semana". Nos últimos meses, Marcos Paulo viajava com frequência para a Amazônia, pois estava pesquisando locações para um filme intitulado Sequestrados.

A reportagem tentou contato com o clínico geral Everton Andrade, que cuidava do diretor no Rio, mas a secretária dele disse que ele não falaria com a imprensa ontem. Especialistas, porém, consideram improvável a hipótese de morte por malária. Segundo informações do Laboratório de Pesquisas em Malária do Instituto Oswaldo Cruz, da Fiocruz, a embolia não está entre os problemas típicos do agravamento da doença infecciosa. O médico Luís Alexandre Essinger, da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular, explica que a embolia pulmonar ocorre quando um coágulo formado em uma veia do corpo – normalmente dentro de um músculo da perna – se solta e chega até o pulmão, obstruindo a passagem de sangue, causando falta de ar e, em casos graves, até a morte.

Segundo Essinger, os dois principais fatores de risco para a formação do coágulo são a falta de movimento e a consequente estagnação do sangue, como em viagens longas de avião ou carro, por exemplo, e a tendência à hipercoagulabilidade, que é mais comum em pacientes com histórico de câncer.

Horas antes de morrer, Marcos Paulo tinha viajado de Manaus para o Rio, após participar da festa de encerramento do 9º Amazonas Film Festival. Além disso, ele tinha tido câncer em 2011. "Ele tratou um câncer de esôfago na instituição em 2011 e estava totalmente em remissão conforme constataram exames recentes realizados no mês de outubro", informou, em nota, o diretor do centro de oncologia clínica do Hospital São José da Beneficência Portuguesa de São Paulo.

Despedida Entre amigos e colegas de trabalho, os atores Osmar Prado, Mallu Mader, Suzana Vieira, Otávio Augusto e Deborah Evelyn e o diretor Dennis Carvalho estiveram no velório para um último adeus. "Um amigo que deixa muita saudade", disse Mader. "Cumpriu sua missão, é sempre uma perda grande no campo da arte. Fez uma belíssima carreira, sempre foi muito bem-humorado, pessoa inteligente, criativa, belíssimo caráter. E no trabalho tinha muita confiança no que fazia, então não precisava ser autoritário", destacou Prado. O humorista Marcius Melhem também lamentou a morte do diretor. "É triste, muito triste. Era um amigo, diretor, parceiro, companheiro."


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