A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Tráfico de Pessoas na Câmara dos Deputados deve pedir a quebra dos sigilos bancário, fiscal e telefônico de Carmem Kiechofer, de seu marido, Bernhard Michael Topschall, e das empresas do casal, informou o presidente da CPI, deputado Arnaldo Jordy (PPS-PA). Eles são suspeitos de aliciar mães e intermediar a doação de crianças pobres no interior da Bahia. Os dois foram convocados para prestar esclarecimentos na CPI em audiência na manhã de ontem, mas se negaram a responder a maior parte das perguntas feitas pelos parlamentares.
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Casal suspeito de tráfico de crianças deve permanecer em silêncio durante CPIPadre haitiano diz que tráfico de pessoas sustenta a imigração ilegal para o BrasilAo justificar o silêncio diante das perguntas, Carmem disse que é a “maior interessada nos esclarecimentos dos fatos” e reiterou que só se manifestará perante a Justiça da Bahia.
Carmem nasceu em Porto Alegre (RS) e morou em Salvador, Abrantes e Lauro de Freitas, todos municípios na Bahia. Ela disse ser católica praticante e destacou: “Só estou aqui porque acredito e confio em Deus”. A última depoente, Maria Elizabete Abreu Rosa, ex-vereadora do município baiano de Encruzilhada, mais uma vez não compareceu à audiência e, segundo os parlamentares, não apresentou justificativa. Há duas semanas, quando também era aguardada para depor na CPI, apresentou atestado médico para explicar a ausência. Ela é suspeita de aliciar mães e intermediar adoções ilegais na Bahia.
ESCRIVÃ Ao fim da audiência, a relatora da CPI, deputada Flávia Morais (PDT/GO), informou que Célia Maria de Oliveira Santos, escrivã na comarca de Canudos (BA), também será convidada a depor na comissão. Segundo a relatora, ela é suspeita de ter indicado as famílias de São Paulo que receberam a guarda provisória das crianças do município baiano de Santo Amaro, em um processo ilegal de adoção.