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Estado de Minas

Ataques violentos atingem 11 cidades de Santa Catarina

Atos de vandalismo deixaram 14 ônibus queimados em menos de 24 horas. Um suposto criminoso morreu em troca de tiros


postado em 16/11/2012 07:58

Pelo terceiro dia consecutivo, ônibus do transporte coletivo e bases da polícia sofreram ataques criminosos em Santa Catarina. Desde segunda-feira, segundo a Polícia Militar, foram registrados ao menos 36 ataques e duas manifestações, quando moradores incendiaram caçambas de lixo e jogaram pedras em casas, em Florianópolis. Cinquenta e oito pessoas foram detidas esta semana para serem ouvidas e, dessas, 31 foram presas. Um suposto bandido morreu em troca de tiros com policiais.

Na manhã de ontem, em Itajaí, a 93 quilômetros de Florianópolis, o mecânico Marcelo Lima viu quando um veículo começou a pegar fogo em frente à casa da mãe dele. “As chamas estavam mais na parte de trás do ônibus, mas fiquei com medo de pegar fogo em tudo”, afirma. Desesperado, ele se arriscou entre as chamas, assumiu o volante e dirigiu por alguns metros até parar o coletivo em um terreno baldio.

A onda de ataques já atinge 11 cidades do estado: Florianópolis, São José, Palhoça, Tijucas, Gaspar, Navegantes, Itajaí, Blumenau, Criciúma, Balneário Camboriú e Itapema. Na capital, moradores do Bairro Ingleses viveram mais uma noite de pânico. Um ônibus foi incendiado em frente a uma igreja, que estava lotada. As chamas bloquearam a porta principal da igreja, e os fiéis tiveram dificuldade para sair do local. Segundo a polícia, ninguém ficou ferido. Uma creche desativada no Bairro Cachoeira do Bom Jesus foi incendiada.

Já em Palhoça, na Grande Florianópolis, o motorista de um ônibus teve queimaduras leves nas pernas. Segundo o boletim de ocorrência, ele ficou assustado com o ataque dos criminosos e teve dificuldade para tirar o cinto de segurança. Um passageiro do mesmo ônibus torceu o pé ao pular do veículo em chamas. Durante a madrugada, uma base da Polícia Militar em São José, na região metropolitana, e uma da Guarda Municipal de Balneário Camboriú foram atacadas a tiros.

SOCORRO
O governador de Santa Catarina, Raimundo Colombo (PSD), disse ontem que está em contato com o Ministério da Justiça e com os serviços de inteligência do governo federal para ajudar no combate à onda de violência que se iniciou no estado na segunda-feira. “Acho que nesta hora você tem de somar todas as forças. Não há por que fazer qualquer tipo de análise política. Se houver um recrudescimento dos crimes, se houver necessidade, nós vamos buscar apoio”, afirmou em entrevista a uma rede de TV local.

Pela manhã, ele participou de reunião com os representantes das empresas de transporte coletivo para discutir a manutenção do serviço com segurança para os trabalhadores e passageiros. Nas regiões com maior índice de ataques, os ônibus continuam sendo escoltados por policiais. Na capital, alguns terminais ficaram sem veículos ontem. Sobre a motivação dos ataques, que incluem queimas de ônibus e ataques a postos policiais, o governador admite que uma das possibilidades é que o comando tenha partido de dentro do presídio de São Pedro de Alcântara, mas afirma que também são investigados atos de vandalismo.


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