Jornal Estado de Minas

Mortes provocam apelo por paz em São Paulo

Depois de duas noites seguidas de queda no número de homicídios na Região Metropolitana de São Paulo, a capital paulista e os demais municípios, juntos, tiveram um saldo de pelo menos oito pessoas mortas e 13 feridas a tiros entre as 21h de quarta-feira e ontem à tarde. Entre os baleados há dois policiais militares e um policial civil. Dois deles foram vítimas de ataque, o outro ficou ferido ao reagir a um assalto. Os casos foram registrados quase que no mesmo horário, por volta das 23h.

A tentativa de roubo ocorreu em uma loja de salgados, na Rua Etelvina, na Penha, Zona Leste de São Paulo. O soldado Marcelo Gregório, de 26 anos, estava no local, à paisana, aguardando ser atendido, quando dois ou três homens anunciaram o assalto. Lotado na 3ª Companhia do 51º Batalhão, o soldado reagiu e foi baleado nas costas. A vítima foi levada para o pronto-socorro do Tatuapé, mas a bala, que está alojada próximo à coluna, não foi retirada. Segundo a polícia, Gregório corre o risco de ficar paraplégico.

Na região do Bairro da Pedreira, na Zona Sul, a vítima foi um investigador do Departamento de Homicídios de Diadema, cidade do Grande ABC.
Tarcísio Marcelino de Souza, de 45 anos, foi atacado, enquanto dirigia por dois homens em uma moto. O policial civil reagiu e foi ferido. Baleado no peito e em uma das mãos, o investigador foi levado para o pronto-socorro Serraria, em Diadema, onde permanece internado, mas fora de perigo.

Profissionais de segurança e parentes de policiais vítimas da onda de violência em São Paulo fizeram ontem um ato pela paz no Museu de Arte de São Paulo (Masp), em memória de todos os agentes executados nos últimos meses. Cerca de 150 pessoas caminharam pela Avenida Paulista, a maioria vestindo roupas pretas, carregando cruzes, faixas pedindo por mais segurança. Desde o início do ano, 94 policiais militares foram mortos no estado.

MUITO GRANDE
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), classificou ontem a repercussão sobre a onda de violência no estado como “quase uma campanha contra São Paulo” e atribuiu os números de assassinatos e mortes praticamente diários ao tamanho da população paulista, pouco mais de 40 milhões de habitantes, segundo o Censo 2010 do IBGE. “Aqui é maior que a Argentina. É a terceira maior metrópole do mundo, com 22 milhões de pessoas”, disse o governador.

Além das ocorrências envolvendo policiais, outras 16 pessoas foram baleadas entre a noite de quarta-feira e a madrugada de ontem.
Dessas, sete morreram. Os crimes ocorreram nos municípios de Itapevi, Pirapora do Bom Jesus e São Bernardo do Campo e nos bairros do Grajaú e Pedreira, na Zona Sul da capital..