Os serviços começam voltar à rotina dentro dos canteiros de obras da Usina Hidrelétrica Belo Monte, no rio Xingu, em Altamira do Pará. De acordo com a assessoria do Consórcio Construtor de Belo Monte (CCBM), nesta sexta-feira retornaram os funcionários que residem em Altamira e regiões vizinhas. Os primeiros trabalhadores chegaram no início da madrugada.
Na próxima segunda-feira há previsão do retorno dos trabalhadores que já estavam alojados dentro dos canteiros e que foram liberados pelo CCBM após as ações de depredação, mas que moram noutros estados. Os serviços essenciais retornaram na quarta-feira (14). Serviços essenciais são os prestados por funcionários administrativos, que atuam na cozinha, eletricistas limpeza, nas estações de tratamento de água e esgoto, entre outros.
A destruição dos canteiros de Belo Monte, a maior obra do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do governo federal, ocorreu no início das negociações da pauta de reivindicações entre o Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil do Pará (Sintrapav-PA) e o CCBM. A data base dos trabalhadores é novembro. O presidente do Sintrapav/PA, Roginel Gobbo, disse que as ações foram realizadas "por pessoas infiltradas entre os trabalhadores".
Logo após a destruição o CCBM decidiu dar folga coletiva para 15 mil trabalhadores. Para garantir o retorno dos trabalhadores e assegurar a segurança nos canteiros, a tropa de choque da Polícia Militar do Pará e 40 homens da Força Nacional permanecerão no local por tempo indeterminado.
Na Polícia Civil, o delegado responsável pelo inquérito, Rodrigo Leão, disse que os operários envolvidos serão indiciados pelos crimes de incêndio criminoso, formação de quadrilha, roubo e lesão corporal. Sete pessoas foram presas em flagrante.
O CCBM disse ainda, por meio de sua assessoria de imprensa, que "foram depredadas instalações de refeitórios, alojamentos, áreas de lazer, escritórios e oficinas". Nos dias das ações, os trabalhadores teriam se apoderado "de caminhões e outros equipamentos e ainda fizeram um bloqueio na Rodovia Transamazônica, impedindo o acesso aos canteiros de obras e impossibilitando a imediata retirada dos funcionários alojados para acomodações em hotéis de Altamira (PA)".