A onda de violência com mortos e feridos a tiros marcou mais uma noite na Região Metropolitana de São Paulo. Foram pelo menos 10 pessoas assassinadas e oito feridas num intervalo de menos de sete horas, entre as 18h30 de quarta-feira, 21, e a 1h30 desta quinta-feira, 22. A soma da violência das duas últimas noites chega a 20 mortos e 21 feridos. O total da semana (últimas sete noites) é de 53 mortos e 42 feridos, segundo levantamento do estadão.com.br. Os casos foram registrados nas delegacias da região, porém a maioria será investigada pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).
Três das vítimas da noite desta quarta-feira foram executadas em uma chacina no Jardim São Luiz, na zona sul da capital, elevando para 18 o número de crimes do tipo neste ano, com um total de 60 mortes. Foram sete crimes em São Paulo e 11 nas demais cidades. Quatro suspeitos morreram e um ficou ferido em confrontos com a Polícia Militar. Uma motorista de ônibus foi assassinada durante o trabalho em Franco da Rocha, na Grande São Paulo. Na zona leste de São Paulo, o dono de uma padaria matou um cliente e feriu outro durante uma discussão.
Também no final da noite, a motorista de ônibus Odete Lino dos Santos, de 36 anos foi assassinada durante o serviço na cidade de Franco da Rocha, região norte da Grande São Paulo. O crime ocorreu dentro de um dos coletivos da Viação Moratense. O ônibus saiu de Francisco Morato, cidade vizinha, e havia acabado de chegar no ponto final, na altura do número 1.200 da Avenida São Paulo, no Parque Paulista.
Segundo testemunhas, um rapaz aguardou que o ônibus encostasse e disparou vários tiros contra Odete. Atingida por três tiros, ela morreu no pronto-socorro municipal de Franco da Rocha. Um dos disparos atingiu de raspão o braço esquerdo do cobrador, que foi atendido no mesmo hospital. O assassino fugiu. Parentes relataram à polícia que Odete havia discutido dias antes com o ex-marido. Localizado, ele prestou depoimento, negou a autoria do crime, e, como não foi localizada nenhuma testemunha que o reconhecesse, acabou liberado.
Três supostos confrontos entre suspeitos e a Polícia Militar deixaram um saldo de quatro mortos e um ferido. Não há policiais entre os baleados. O primeiro tiroteio ocorreu às 18h30 na Vila Clara, região de Americanópolis, zona sul da capital, entre PMs das Rondas Ostensivas com Auxílio de Motocicleta (Rocam) e suspeitos abordados em uma viela na altura do número 5.597 da Avenida Engenheiro de Armando Arruda Pereira. Assim que os policiais se aproximaram, segundo a PM, os criminosos sacaram armas e atiraram. No revide, três dos suspeitos foram baleados. Levados para o pronto-socorro municipal do Jabaquara, dois deles não resistiram. Os policiais apreenderam um revólver e duas pistolas, além de porções de crack e maconha.
Meia hora depois, em Mauá, no Grande ABC, um policial militar, de folga e à paisana, foi vítima de tentativa de assalto. Ao volante de um Gol branco, foi abordado por um assaltante em um dos semáforos da Avenida Capitão João, no Jardim Guapituba. O policial sacou sua pistola e reagiu, trocando tiros com o ladrão que foi baleado e morreu a caminho do Hospital Nardini. Uma hora e meia mais tarde, no Jardim Roseli, região de São Mateus, na zona leste de São Paulo, ocupando um Renault Clio cinza, um policial militar, também em horário de folga, foi atacado quando chegava em casa, na esquina da Rua Custódio do Nascimento com a Avenida Ragueb Chohfi. Ao perceber a aproximação de dois homens armados, ele sacou sua pistola e trocou tiros com os criminosos, baleando um deles. O suspeito foi levado para o pronto-socorro de São Mateus, mas chegou sem vida; o outro fugiu. Já o policial ficou ileso.
Por volta das 21 horas, o comerciante Francisco Vieira de Araújo de 40 anos, dono de uma padaria, atirou contra dois clientes durante uma discussão dentro do estabelecimento comercial, localizado na Rua Manoel Veloso da Costa, no Jardim Vila Carrão, na zona leste de São Paulo. Um dos clientes foi identificado como Marconi Cândido de Oliveira. Ambos foram levados para o pronto-socorro do Hospital Geral de São Mateus, onde Oliveira acabou morrendo. A outra vítima permanecia internada e o comerciante, foragido.