A desconcentração industrial contribuiu para a perda de participação da região Sudeste no Produto Interno Brasileiro (PIB) entre 2002 e 2010, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Embora, em 2010, o Sudeste tenha aumentado a sua participação no PIB em relação a 2009 em 0,1 ponto porcentual, a região reduziu em 1,3 ponto porcentual sua fatia na geração de riqueza no País, na comparação com 2002, passando de 56,7% para 55,4%.
"Houve uma desconcentração industrial. Algumas indústrias receberam incentivos para se instalar em outras regiões. São Paulo ainda concentra a indústria pesada, mas alguns setores têm recebido incentivos. Goiás, por exemplo, já tem 10% do valor adicionado da indústria automobilística. Tem também Bahia, Paraná", citou Frederico Cunha, gerente da Coordenação de Contas Nacionais Anuais do IBGE.
Já o Rio de Janeiro reduziu sua fatia no PIB devido às oscilações no preço do petróleo no período. Segundo o IBGE, o estado também tem grande peso da administração pública, que costuma manter-se próxima da estabilidade em épocas de grandes oscilações do PIB.
"Nos estados que têm a administração pública muito pesada, ela tende a amortecer o resultado quando o PIB cai ou quando cresce. Porque esses serviços e produtos da administração pública só crescem junto com a população, a menos que você esteja implementando um grande projeto de educação, por exemplo", explicou Cunha.
Nos estados do Espírito Santo e de Minas Gerais, houve ganho de participação no PIB, de 0,4 ponto porcentual e 0,7 ponto porcentual, respectivamente, em relação a 2002. O avanço foi causado pelo aumento do preço do minério, que tem grande importância sobre as economias dessas regiões.
A região Sul também reduziu sua participação no PIB entre 2002 e 2010, de 16,9% para 16,5%, com perdas na agropecuária do Rio Grande do Sul e do Paraná, onde também houve queda de participação na geração e distribuição de energia elétrica.