Jornal Estado de Minas

Delação premiada

Cabo que matou juíza Patrícia Acioli pega 21 anos


O cabo da Polícia Militar Sérgio Costa Júnior foi condenado ontem pela 3ª Vara Criminal de Niterói, a 21 anos de prisão pelo assassinato da juíza Patrícia Acioli, ocorrido em 11 de agosto do ano passado. Costa Júnior, que confessou o crime, foi condenado a 18 anos pelo crime de homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, emboscada e para assegurar a impunidade de outros delitos) e a outros 3 por formação de quadrilha armada.

Por ter revelado informações importantes que ajudaram a esclarecer o crime, o cabo foi beneficiado pela delação premiada, o que fez reduzir a pena de homicídio triplamente qualificado de 29 para 18 anos. A pena terá que ser cumprida em regime fechado. Os outros 10 PMs acusados de envolvimento no assassinato só devem ser julgados no ano que vem.

A irmã da juíza assassinada, Simone Acioli, afirmou que a pena imposta já era esperada. “Esperávamos esta pena por causa da delação premiada. Agora, estamos aguardando ansiosamente pelo julgamento do tenente Benitez e do tenente-coronel Cláudio. Para eles, defendo pena máxima. Não se pode pegar somente peixe pequeno.

Se a morte da minha irmã foi tramada dois meses antes, achar que o comandante não sabia de nada é chamar todo mundo de burro.”

O tenente-coronel Cláudio Luiz Oliveira comandava o batalhão da PM de São Gonçalo e é acusado de ser o mentor do assassinato. O tenente Daniel Santos Benitez seria o proprietário da pistola calibre 45, desviada do Exército, uma das três armas usadas no crime.

No fim do depoimento, que durou uma hora e meia, o cabo PM disse ter se arrependido muito de tudo o que havia feito: “No dia que cheguei em casa chorei muito. Tenho muito arrependimento e tenho que pagar pelo que fiz”. Ele pediu aos jurados que “fizessem justiça”..