Uma gravação de telefonema divulgada pela polícia de São Paulo mostra que a advogada Elize Matsunaga ligou para a emergência policial alguns dias antes de assassinar o marido, o diretor-executivo da indústria de alimentos Yoki, Marcos Matsunaga. No áudio, é possível ouvir a voz de Elize que chega a registrar um boletim de ocorrência, alegando sofrer ameaças do marido.
Assim que é atendida, Elize diz: "Eu não sei se eu teria que ligar na emergência, mas é assim: meu marido me ameaçou, saiu de casa. E eu queria perguntar se eu posso trocar a fechadura". O atendente pede que ela repita a pergunta e, em seguida, questiona há quantos anos os dois são casados. “Há cinco anos”, ela responde e logo é informada de que o marido tem direito de entrar na casa. “Mesmo me ameaçando?”, questiona. O atendente diz que não sabe o que está acontecendo na casa e pergunta se Elize deseja fazer um boletim de ocorrência e ela concorda.
Leia Mais
Elize Matsunaga completa 31 anos hoje; interrogatório está marcado para dezembroElize comprou serra elétrica, diz babá do caso YokiDetetive diz que Elize Matsunaga só confirmou traição três dias após matar o maridoExame deduz que Elize não agiu sozinha contra maridoVídeo mostra narração fria de Elize Matsunaga sobre assassinato do maridoMulher apontada como amante de Marcos Matsunaga presta depoimento Tribunal autoriza exumação de corpo de Marcos MatsunagaJustiça de São Paulo autoriza exumação do corpo do empresário Marcos MatsunagaElize Matsunaga presta depoimento em audiência de instruçãoSegundo ele, Elize foi muito bem assessorada pela polícia. Ele afirma que, depois da ligação, a polícia foi até a casa de Elize, mas não a encontrou. Ainda de acordo com o promotor, a polícia chegou a retornar a ligação depois da visita, mas ela não atendeu.
“A comunicação com a PM qualquer um pode fazer, mas depois disso ela não fez mais nada. No processo não há uma única prova que mostre que algum dia o Marcos tenha ameaçado ou agredido a Elize. Isso é um claro tumulto que a defesa quer fazer”, afirma.
O advogado de Elize Matsunaga, Luciano Santoro, não foi encontrado para dar esclarecimentos.
O caso
Entre 19 e 20 de maio deste ano, Elize Matsunaga matou e esquartejou o marido Marcos no apartamento onde os dois moravam, na zona oeste de São Paulo. A acusada confessou o assassinato.
Câmeras de segurança instaladas dentro dos elevadores do prédio flagraram Eliza saindo do apartamento com três malas. Segundo depoimento da própria acusada, as malas foram abandonadas na Rodovia SP-127. Dentro delas estavam as partes do corpo do marido.
A assassina confessa está detida no Presídio Feminino do Tremembé desde o dia 20 de junho. O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) negou, em agosto, o pedido de habeas corpus a Elize. A decisão do relator do recurso, Francisco Menin, da 7ª Câmara de Direito Criminal foi aceito de forma unânime e diz que a liberdade da ré é "temerária".
(Com agências).