Parte de uma quadrilha formada por integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC) foi presa no domingo (09) depois de furtar armas que estavam guardadas no Fórum de São Caetano do Sul, no ABC paulista. O local não tem vigilância no período noturno - fuzis, metralhadoras, pistolas e revólveres apreendidos como provas de processos estavam em uma sala trancada apenas com um cadeado. A polícia conseguiu recuperar parte do armamento quando os bandidos já deixavam o prédio.
O grupo era investigado havia aproximadamente 60 dias pela 3.ª Delegacia do Patrimônio (Crimes em Concessionárias e Prestadoras de Serviço), do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic). Inicialmente, o furto das armas estava programado para sexta-feira, mas os bandidos desistiram em cima da hora. Durante a ação, foram presos em um Fiorino o pintor Diego Alves Santos, de 19 anos - que chegou a trocar tiros com policiais -, o motorista Marcio de Oliveira Vitor, de 26, e o também pintor Luciano Brasilino de Oliveira, de 33 - único com antecedentes, por roubo.
Segundo a polícia, eles fazem parte de uma célula da facção com base em São Bernardo do Campo, também no ABC. A polícia recuperou com o trio 98 armas, entre elas um fuzil e duas metralhadoras. Pelo menos outros três integrantes do bando conseguiram fugir em um Celta. “Eles estavam tão tranquilos de que tudo daria certo que, no Fiorino, havia apenas uma pessoa armada”, afirmou o delegado Fábio Bolzani, responsável pela investigação.
Facilidade
Chamou a atenção da polícia a facilidade com que o bando chegou até as armas que seriam depois usadas em crimes. “O Fórum não tem câmeras, vigilantes, alarmes, nada. Só cadeado”, disse Bolzani.
Na segunda-feira (10), o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) informou que, a partir do dia 20, o Fórum de São Caetano terá oito seguranças armados durante o dia e três à noite e nos fins de semana. O local foi alvo de tentativa de furto de armas há aproximadamente dois anos e, em 25 de junho, bandidos tentaram furtar um caixa eletrônico instalado no fórum. Ainda segundo o TJ-SP, cerca de 100 mil armas foram encaminhadas para destruição pela Justiça paulista só em 2012. .