Integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) protestaram hoje (11) na capital paulista contra a demora da reforma agrária no estado e reintegração de posse do Assentamento Milton Santos, em Americana, interior do estado. Na área, vivem cerca de 70 famílias assentadas pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) há sete anos. As famílias reivindicam a desapropriação por interesse social, única medida legal que pode reverter o despejo, determinado pela Justiça no dia 28 de novembro. As famílias chegaram a ocupar na manhã de ontem (10) o prédio onde fica o escritório da Presidência da República, localizado na Avenida Paulista, para cobrar da presidenta Dilma Rousseff a assinatura do decreto de desapropriação social da área. Hoje, a manifestação começou no mesmo lugar e terminou com a ocupação do jardim e da garagem da sede do Incra. Segundo o MST, os assentados produzem alimentos e abastecem o mercado local. A área pertencia à uma família local e foi repassada ao INSS como forma de pagamento de impostos decorrentes de dívidas com a União. O assentamento foi reconhecido pelo Incra em julho de 2006. De acordo com uma das coordenadoras do MST no estado, Claudia Praxedes, o movimento entende que por haver recursos públicos investidos no assentamento e as famílias já estarem estabelecidas como produtoras rurais, o governo federal deve desapropriar os 2 mil hectares. %u201CAs famílias já receberam até financiamento do governo para dar início à sua produção, o que quer dizer que estão assentadas. Nossa intenção aqui na frente do gabinete da Presidência é dizer que vamos continuar mobilizados, exigindo deles a desapropriação da área. A presidenta é a única que pode resolver a situação%u201D. Sidneia Caridi de Oliveira, uma das assentadas, está na área desde o início da ocupação e contou que vive da venda de produtos rurais.