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Estado de Minas

Morre no Recife psicóloga que brigava contra o Estado por exame raro


postado em 13/12/2012 07:58 / atualizado em 13/12/2012 08:06

(foto: Reprodução Diário de Pernambuco)
(foto: Reprodução Diário de Pernambuco)

Foi enterrado no Cemitério da Várzea, na tarde dessa quarta-feira, o corpo da psicóloga recifense Gecélia Luna, que faleceu aos 38 anos, vítima de uma parada cardiorespiratória provocada por uma sepse, grave evolução de um quadro infeccioso na pele da paciente. O caso da moradora do bairro de Casa Amarela ganhou notoriedade depois que a história da luta por um exame por parte do marido dela, Samuel Luna, 37, foi divulgada no Diario de Pernambuco. Não ofertado nas redes pública ou privada de saúde, o exame necessário para diagnosticar a doença rara que ela desenvolveu custava cerca de R$ 14 mil, levantados graças a internautas e leitores do jornal, comovidos com o homem que tentou pedir ajuda até mesmo à presidenta Dilma Rousseff.

Gecélia Luna sofria de duas raras síndromes paraneoplásicas, desenvolvidas após a remissão de um linfoma, tratado em 2010. A doença afetou sua capacidade de falar, andar e até de comer. Dois terços do exame chegaram a ser concluídos, mas foram inconclusivos e a última parta, a análise do líquor (líquido que banha o sistema nervoso), não chegou a ser realizada. Na Justiça, a família ganhou o direito ao custeio do exame dentro de 72h, no início de outubro, sujeito a multa diária de R$ 500. O estado, no entanto, só se pronunciou no último dia 9 de novembro, depois que o exame já havia sido custeado por doações, alegando que, por não haver mais a necessidade do estudo, a liminar havia sido cumprida.

De luto, Samuel Luna ainda não parou para pensar em pedidos de indenizações, ainda que a Associaçåo de Defesa dos Usuários de Seguros, Planos e Sistemas de Saúde (Aduseps), garanta que os danos morais devem ser reparados. “Para mim, ela descansou. Foi a vontade de Deus. Venceu a luta, por dois anos, contra doenças bem piores e, em uma semana, morrer assim? Com certeza foi o melhor para ela”, conseguiu dizer. Gecélia deixa o marido e dois filhos, de 3 e 5 anos, além de uma história de luta pelo direito humano à saúde e à vida, não interrompida por síndrome alguma, além da do descaso. Esta, sem reparos.


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