A cada mil adolescentes do País, três morrem antes de completar 19 anos. A informação é do Índice de Homicídios na Adolescência (IHA) referente a 2010, apresentado na manhã desta quinta-feira pelo Laboratório de Análise da Violência (LAV) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). A taxa - atualmente em 2,98 jovens para cada cem mil - teve um crescimento de 14% em relação a 2009 e é a maior desde o início da pesquisa, há cinco anos.
A pesquisa foi realizada em mais de 280 municípios com mais de 100 mil habitantes. O estudo é uma parceria do Laboratório com a Secretaria de Direitos Humanos (SDH) da Presidência da República pelo Fundo das Nações Unidas para Infância (Unicef) e pelo Observatório de Favelas, uma organização não governamental do Rio de Janeiro. Os pesquisadores analisaram dados do Ministério da Saúde e do IBGE para chegar ao índice, que demonstra o risco dos adolescentes em relação aos homicídios.
O Nordeste foi a região que registrou maior crescimento na taxa. Entre 2005, quando foi realizada a primeira pesquisa, e 2010, o índice cresceu cerca de 60% na região. Entre as dez cidades com maior risco de homicídios entre os jovens, cinco estão na região e quatro são na Bahia. Itabuna, no sul do Estado, é a cidade com maior IHA do País, com 10,59 jovens com risco de homicídios para cada mil adolescentes.
Entre as capitais, Maceió apresentou o pior desempenho, com índice de 10,15 jovens mortos a cada cem mil. São Paulo representa o melhor desempenho, com taxa de 1,08. "Há uma transferência da violência das periferias do Sudeste para o Nordeste, não só nas regiões metropolitanas, como em Salvador e Maceió, mas em polos regionais em função do crescimento econômico e demográfico", afirmou Ignácio Cano, professor da UFRJ e um dos coordenadores do estudo.