Soldados do Batalhão de Choque da Polícia Militar do Rio de janeiro cercam desde às 6h deste sábado o antigo Museu do Índio, situado no entorno do estádio do Maracanã, na zona norte da capital fluminense. O prédio, que deverá ser demolido para as obras de modernização do complexo esportivo do estádio para a Copa do Mundo de 2014, está ocupado desde 2006 por cerca de 30 índios, que ali fundaram a Aldeia Maracanã.
Segundo Afonso Apurinan, um dos indígenas moradores da aldeia, o grupo recebeu informações na semana passada de que a desocupação do prédio ocorreria neste domingo (13). “Fomos pegos de surpresa com a chegada hoje dos PMs”, disse. Apurinan disse que a disposição do grupo é “resistir à desocupação”.
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Comunidade guarani-kaiowá vive de forma precária enquanto espera decisão da JustiçaAssembleia dos povos Guarani critica morosidade do governo para demarcar terras indígenasDesocupação do antigo prédio do Museu do Índio será feita a partir desta segunda-feiraO governo do estado informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que ainda não há data prevista para a demolição do prédio do antigo museu. As obras no entorno do Maracanã estão a cargo da prefeitura do Rio e envolvem a derrubada da Escola Municipal Friedenreich, que será transferida para outro local, e do Parque Aquático Julio Delamare.
Ativistas acompanham cerco da Polícia Militar
Ativistas de direitos humanos e defensores da causa indígena acompanham o cerco da Polícia Militar ao prédio. Embora os índios tenham manifestado a disposição de reagir à desocupação, o clima no momento é de calma na área do antigo museu. Desde cedo no local, o defensor público federal Daniel Macedo reconheceu que a liminar foi cassada, mas ressaltou que sem autorização judicial a PM não pode ocupar o prédio. “É necessária a vinda de um mandado de imissão de posse. Sem isso, é ilegal qualquer atitude da Polícia Militar em invadir esse prédio”, disse
Representantes do governo fluminense estiveram no local, entre eles o presidente da Empresa de Obras Públicas do Estado (Emop), Ícaro Moreno Junior, que por volta do meio-dia entrou no prédio, escoltado, para uma conversa com o cacique Carlos Tucano.
A Emop é a responsável pelas obras de modernização do complexo do Maracanã, que incluem a demolição do antigo museu. A licitação para a demolição foi feita no último dia 20 de dezembro, mas o contrato com a empresa vencedora, que terá 30 dias para realizar o trabalho, ainda não foi assinado.