Em um derradeiro apelo contra a desocupação do prédio do antigo Museu do Índio, no entorno do Estádio Jornalista Mario Filho, o Maracanã, na zona norte do Rio, o grupo de índios que vive no local pede uma audiência com o governador Sérgio Cabral. A desocupação para demolição do prédio ocorrerá assim que governo tiver um mandado judicial. Segundo o cacique Carlos Tukano, líder de um grupo de 20 índios de 14 etnias que desde 2006 vive na chamada Aldeia Maracanã, o local tem importância histórica por simbolizar a luta por terra e por difundir a cultura indígena. Para ele, a vida dos índios vem sendo destruída desde o descobrimento do Brasil e compara o governador Sérgio Cabral ao navegador Pedro Álvares Cabral.
“Estão acabando de enterrar nossa cultura, que já vem sofrendo desde que o primeiro Cabral chegou. O último Cabral , vai enterrar tudo agora”, disse ao programa Tema Livre, da Rádio Nacional do Rio de Janeiro. “Queremos conversar para a gente se entender. Não estamos com pires na mão pedindo esmola, queremos nossos direitos”, completou.
De acordo com os índios que participaram do programa, acompanhados da advogada Valéria Pires de Lima, desde 6 de dezembro passado foi protocolado um pedido de audiência com o governador, que até hoje não se pronunciou. No encontro que insistem em ter, o objetivo é mostrar que o museu, em ruínas, pode ser restaurado e servir de atrativo turístico no entorno do estádio.
A demolição do prédio, que não é tombado, no entanto, está prevista na reforma do Maracanã e é “parte importante na questão da mobilidade”, segundo diz o governo do Rio, em nota divulgada ontem (13). A previsão é cadastrar todos os moradores e removê-los antes de derrubar o prédio.
Os índios, por outro lado, informam que nenhuma instituição do governo estadual foi oficialmente ao local cadastrá-los e temem uma desocupação às pressas. No sábado pela manhã, o Batalhão de Choque da Polícia Militar esteve no local e só desmontou o cerco à noite.
“Estão acabando de enterrar nossa cultura, que já vem sofrendo desde que o primeiro Cabral chegou. O último Cabral , vai enterrar tudo agora”, disse ao programa Tema Livre, da Rádio Nacional do Rio de Janeiro. “Queremos conversar para a gente se entender. Não estamos com pires na mão pedindo esmola, queremos nossos direitos”, completou.
De acordo com os índios que participaram do programa, acompanhados da advogada Valéria Pires de Lima, desde 6 de dezembro passado foi protocolado um pedido de audiência com o governador, que até hoje não se pronunciou. No encontro que insistem em ter, o objetivo é mostrar que o museu, em ruínas, pode ser restaurado e servir de atrativo turístico no entorno do estádio.
A demolição do prédio, que não é tombado, no entanto, está prevista na reforma do Maracanã e é “parte importante na questão da mobilidade”, segundo diz o governo do Rio, em nota divulgada ontem (13). A previsão é cadastrar todos os moradores e removê-los antes de derrubar o prédio.
Os índios, por outro lado, informam que nenhuma instituição do governo estadual foi oficialmente ao local cadastrá-los e temem uma desocupação às pressas. No sábado pela manhã, o Batalhão de Choque da Polícia Militar esteve no local e só desmontou o cerco à noite.
Em protestos, dezenas de pessoas se juntaram aos índios, entre elas, o deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL) e dois funcionários do consórcio que faz a reforma do Maracanã e que foram demitidos, segundo os índios. Depois de pular o muro para entrar, muitos permanecem no local.
Construído há 147 anos, o prédio do antigo Museu do Índio abrigou a sede do Serviço de Proteção ao Índio, antecessor da atual Fundação Nacional do Índio (Funai). De 1953 a 1977, o museu, criado pelo antropólogo Darcy Ribeiro, funcionou no local até ser transferido para outro bairro.
Procurado pela Agência Brasil, o consórcio responsável pela obra do Maracanã, do qual faz parte a Odebrecht, confirmou em nota as demissões dos funcionários que apoiaram os índios. Segundo o consórcio, os trabalhadores foram desligados “por evadir os postos de trabalho durante expediente sem prévia comunicação e infringir as normas de segurança do trabalho ao pular o muro”.
Edição: Davi Oliveira