A aposentada Doralice Pereira Rosa, de 64 anos, morreu à espera de uma ambulância, na noite de segunda-feira, em Itaí, a 301 km de São Paulo. O veículo não foi enviado porque os funcionários da Santa Casa local haviam entrado em greve naquele dia. A família de vítima acusa o hospital de omissão de socorro. A Polícia Civil vai abrir inquérito para apurar a denúncia.
De acordo com a filha de Doralice, quando a mãe começou a passar mal, ela telefonou para a Santa Casa e pediu uma ambulância. A atendente informou que não enviaria porque o hospital estava em greve e a orientou a procurar o Centro de Saúde. Ao ver o drama da família, uma vizinha também ligou para o hospital e disse que o caso era grave. Quando a ambulância chegou, a paciente já havia morrido. A causa da morte foi diagnosticada como enfarte.
A enfermeira-chefe da Santa Casa, Larissa Araújo, informou na terça-feira que, em razão da greve, o atendimento se restringia a emergências, mas a filha da paciente não fez referência à gravidade do caso. "Ela pediu uma ambulância, mas não disse do que se tratava. Ao ser informada que só estavam sendo atendidas emergências, desligou o telefone."
Até ontem, a greve dos funcionários estava mantida. Cerca de 90 profissionais estão com salários atrasados há dois meses. A prefeitura, que subvenciona o hospital, informou que os valores atrasados serão depositados nesta quarta-feira.