Trinta e quatro grupos musicais, entre afoxés, bandas de sopro e de percussão e grupos de samba, acompanharam os fiéis no trajeto. Diferentemente dos anos anteriores, as vias utilizadas no cortejo, bem como as calçadas, estavam recém-reformadas na maior parte do percurso, facilitando a locomoção dos fiéis.
O cortejo também é conhecido pelo desfile de grupos políticos e pelas reações da população à passagem de seus representantes. E sem a presença do governador baiano Jaques Wagner (PT) - que está em viagem à China e foi representado pelo vice, Otto Alencar (PSD) -, as atenções da festa este ano ficaram concentradas no recém-empossado prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM). O prefeito chamou a atenção ainda antes do cortejo, ao atrasar em pouco mais de meia hora o culto religioso que antecede a caminhada. Neto lembrou o avô, que comparecia todo ano ao evento, e disse ter ido pedir "força" para administrar a cidade.
Depois, logo no início da caminhada, por volta das 9 horas, conseguiu escapar do esquema de segurança que o cercava para ir receber os cumprimentos dos fiéis que estavam nas proximidades - manobra que repetiu várias vezes até chegar à Colina Sagrada. Tantas que o pároco do Bonfim, padre Edson Menezes, não esperou a chegada dele ao fim do percurso para iniciar a mensagem de boas-vindas aos fiéis, pouco depois das 11 horas.
Junto com o prefeito, políticos que integram blocos rivais no plano federal, mas que formam oposição ao PT na Bahia, estiveram lado a lado, como os deputados Lúcio Vieira Lima (PMDB) e Jutahy Magalhães (PSDB). A vice de Neto, Célia Sacramento (PV), porém, roubou a cena: desfilou vestida de baiana, dizendo pagar uma promessa. "Prometi que viria assim caso conseguisse trabalhar pela minha cidade", disse. "Aproveito para pedir a ele o melhor para o nosso futuro."