Em depoimento nesta quinta-feira à Polícia Civil do Rio, o neurocirurgião Carlos Augusto Borges afirmou que fazia plantões no Hospital Municipal Salgado Filho, no Méier (zona norte), no lugar do também neurocirurgião Adão Crespo Gonçalves. Como a troca era informal, o próprio Adão assinava, depois, o livro de ponto, como se houvesse trabalhado, mas repassava ao colega o valor ganho. Carlos Augusto se aposentou em setembro e desde então deixou de substituir o colega.
Adão foi indiciado por omissão de socorro. À polícia ele afirmou que não comparecia aos plantões havia mais de um mês por discordar das condições de trabalho. O médico avisou ao chefe do setor de neurocirurgia do hospital que não iria trabalhar, mas foi avisado de que não teria substituto. Outro neurocirurgião, Fernando Andrade, também contou à polícia que chegou a substituir Adão durante os plantões. A Polícia Civil investiga os médicos por crime contra a administração pública.