Jornal Estado de Minas

Sem droga para câncer, ministério pede soluções a outros laboratórios

Único fabricante no país do remédio para leucemia linfoide aguda encerra a produção. Hospitais se preocupam com a escassez

Júlia Chaib
Com apenas 27 frascos restantes do medicamento Asparaginase, usado no tratamento de leucemia linfoide aguda (LLA), médicos do Hospital da Criança de Brasília José de Alencar (HCB) temem a escassez. A demanda mensal do centro - que tem atualmente 37 pacientes com LLA - é de 40 frascos. Diante da decisão do único fabricante da droga no Brasil, o laboratório Bagó, de encerrar a produção, a incerteza no local aumentou. Para médicos, o baixo valor e a pouca demanda do medicamento são motivos que fizeram o laboratório desistir de produzi-lo.
A falta do medicamento no mercado diminui as chances de cura de pacientes diagnosticados com LLA, como Jesica da Silva Gama, 15 anos. Ela descobriu o câncer em 2011 e, agora, já está na fase em que é acompanhada por médicos para garantir que a doença não retorne. “Minha filha está bem, mas graças ao tratamento. Temo que outras crianças com leucemia não tenham acesso ao remédio".

O Ministério da Saúde informou que, na segunda-feira, pedirá que laboratórios (públicos e privados) apresentem propostas de produção e fornecimento ao Sistema Único de Saúde (SUS) do medicamento Asparaginase. Uma alternativa do governo federal é promover a importação do medicamento em caráter emergencial, sem a necessidade de passar pelo registro da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).