Dor e sofrimento de incontáveis famílias em uma cena que se repete de forma mórbida. Neste domingo, o Rio Grande do Sul amanheceu de luto com aquela que pode ser a pior tragédia da história do estado, em episódio que lembra o desastre ocorrido em Belo Horizonte, há 11 anos, no Canecão Mineiro. Novamente o endereço foi a Andradas , mas desta vez a rua gaúcha de Santa Maria, cidade com 270 mil habitantes. E assim como aconteceu na capital mineira, a irresponsabilidade de artistas e administradores da boate com o uso de sinalizadores para a promoção de um show pirotécnico em ambiente fechado é apontada como causa para a morte de jovens. Desta vez, ao invés de sete, o saldo é de 232 mortos.
Testemunhas que estavam na Boate Kiss afirmam que o fogo começou durante o show com sinalizadores na apresentação de uma das duas bandas previstas para a noite, que era de festa universitária. O número confirmado de mortos, corrigido às 14h pelo Batalhão de Operações Especiais, é de 232 pessoas, sendo 120 homens e 112 mulheres. Informações preliminares passadas pelo Corpo de Bombeiros confirmam que durante o show da banda Gurizada Fandangueira foi usado um fogo de artifício, que incendiou parte da espuma de isolamento acústico. Embora muitas pessoas tenham se ferido com o fogo, o que provocou a maior parte das mortes foi a intoxicação causada pela inalação da fumaça tóxica que se espalhou pela boate.
Testemunhas relataram que os seguranças da casa de shows fecharam a porta principal para impedir que as pessoas saíssem sem pagar. A informação de que a porta principal foi trancada foi confirmada pelo comandante Guido Pedroso, do Corpo de Bombeiros.
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O governador do RS, Tarso Genro, confirmou que se dirigirá a Santa Maria. "Domingo triste! Estamos tomando as medidas cabíveis e possíveis. Estarei em Santa Maria no final da manhã", escreveu o governador. A presidente Dilma Rousseff também antecipou a volta do Chile e deve chegar nesta tarde ao Rio Grande do Sul.
Ao todo, foram necessárias quatro viagens em um caminhão-baú para conseguir retirar os copros do local e levá-los até o ginásio onde será realizado o reconhecimento pelas famílias. Um dos bombeiros que trabalha no local descreveu com tristeza a cena. "O que mais dói é ver os celulares tocando insistentemente no bolso das pessoas mortas, em busa de informação", contou.
Saídas de emergência
Pessoas que conhecem a boate disseram que a saída de emergência era pequena, assim como a porta principal. Bombeiros contaram com a ajuda das pessoas que conseguiram escapar para quebrar as paredes da boate para realizar o atendimento das vítimas e resgatar os corpos.
*Com agências