Jornal Estado de Minas

Com mórbida semelhança, Rio Grande do Sul revive tragédia que abalou BH há 11 anos

Na capital mineira incêndio foi na Avenida Tereza Cristina, extensão da Andradas

Emerson Campos
Sete pessoas morreram e 300 ficaram feridas na casa de shows em Minas - Foto: Leticia Abras/Estado de Minas - 24/11/2001
O tempo passa e a lembrança triste sobrevive na memória dos belo-horizontinos. Cicatrizes de um desastre anunciado. Em 24 de novembro de 2001, a casa de shows Canecão Mineiro, que não tinha alvará para funcionar, incendiou depois de uma irresponsável e criminosa queima de fogos no palco. Sete pessoas morreram e mais de 300 ficaram feridas. Tragédia que se repete no Rio Grande do Sul com mórbida semelhança. Novamente o endereço do acidente foi a Andradas , dessa vez a rua da cidade de Santa Maria, com pouco mais de 270 mil habitantes.
VEJA ALGUMAS IMAGENS DA TRAGÉDIA NO RIO GRANDE DO SUL

Outra lamentável coincidência mostra que o exemplo de Belo Horizonte não foi o bastante para a lição. Assim como na capital mineira, a principal causa para o início do fogo na tragédia desta madrugada foi a queima de um sinalizador no palco por um dos integrantes da banda, afirmaram militares do Corpo de Bombeiros e vítimas que conseguiram se salvar do desastre. Até às 12h, mais de 240 mortes tinham sido confirmadas.

No caso de BH, o dono do estabelecimento, dois integrantes da banda e um produtor foram condenados após longo processo criminal. Muitas das famílias entraram com ações de indenização contra a Prefeitura. Em 2011, uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) reconheceu a responsabilidade da PBH pela tragédia e determinou o pagamento de indenização de cerca de R$ 400 mil aos familiares de uma das vítimas.

No Rio Grande do Sul um fato grave pode ter contribuído para o triste recorde de mortes: denúncias dão conta de que seguranças teriam fechado as portas do estabelecimento para evitar que as pessoas saíssem sem pagar. As autoridades ainda não se pronunciaram sobre o assunto.

Relembre o caso em BH na reportagem de 2009 da TV Alterosa: