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Defensor público quer manter indígenas em prédio do antigo Museu do ÍndioPrefeito defende indenização integral para ocupantes de área indígenasFunai acusa fazendeiros de desmatar terra indígenaSegundo o coordenador regional do escritório da Funai em Ribeirão Cascalheira (MT), Paulo Roberto de Azevedo, a retirada foi concluída com tranquilidade, apesar dos conflitos registrados no início da operação. Contrários à decisão do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, que reconheceu a legalidade da demarcação da terra indígena xavante e determinou a imediata retirada dos não índios da área, algumas pessoas que ocupavam a área chegaram a bloquear rodovias como a BR-158 e a entrar em confronto com policiais.
O maior foco de resistência foi registrado entre os moradores do chamado Posto da Mata. Segundo a força-tarefa, manifestantes chegaram a atear fogo em um caminhão da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) e a ameaçar de morte representantes do governo federal, servidores públicos e até algumas pessoas que concordaram em deixar a área pacificamente.
“Os episódios iniciais já eram esperados. Prevíamos alguma resistência inicial. Mesmo assim, a operação como um todo foi tranquila”, disse Azevedo à Agência Brasil, reforçando a necessidade de identificar os limites da área a fim de reforçar para as pessoas que não vivem na área que se trata de um território de usufruto indígena.
Homologada por decreto presidencial em 1998, a reserva abrange parte do território de São Félix do Araguaia, Alto Boa Vista e de Bom Jesus do Araguaia. A força-tarefa contabilizou 619 construções, entre residências e comércio, desocupadas desde o início da ação.
Entre os ocupantes que deixaram a área, o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) cadastrou 235 famílias aptas a serem transferidas para assentamentos da região. Ao menos 30 famílias irão para um projeto conhecido como PAC Vida Nova, em Alto Boa Vista. Outras famílias que ocupavam Marãiwatsédé poderão ser transferidas para o assentamento Santa Rita, em Ribeirão Cascalheira.
O governo federal promete conceder às famílias alojadas em assentamentos, e que precisarem, benefícios como assistência técnica e até R$ 3,2 mil para aquisição de alimentos e implementos e R$ 25 mil para a compra de material de construção.