A bacharel em Direito Elize Araújo Kitano Matsunaga, de 31 anos, confirmou, nessa quarta-feira, em juízo que matou e esquartejou o marido, o diretor executivo da Yoki, Marcos Kitano Matsunaga. Foi a primeira vez em que a ré falou ao juiz Adilson Paukoski Simoni, da 5ª Vara do Júri da capital. Ela se recusou a responder as perguntas da acusação e a defesa se absteve de questioná-la.
Elize usava camiseta vermelha, calça cáqui, chinelos e rabo de cavalo. Ela foi ouvida por 2 horas e 20 minutos, chorou em alguns momentos e reafirmou que, em 19 de maio, matou e esquartejou o marido após uma discussão em que foi ameaçada de perder a guarda da filha, ofendida e levou um tapa.
Santoro afirmou que Elize matou o marido movida pela emoção. “Quando se inicia a discussão, Marcos dá um tapa nela e continua a ofendê-la. Ela busca a arma, se arrepende, mas já é tarde. O Marcos está atrás dela, continua as ofensas e ela atira”, disse. Segundo o advogado, Elize não disparou por ciúmes, por ter descoberto que o executivo tinha uma amante. “O caso extraconjugal serviu apenas para iniciar a discussão.”
Acusação
Cosenzo lamentou não ter tido oportunidade de questionar Elize. “Ela ão conseguiria, em hipótese alguma, responder a 10% daquilo que eu fosse indagar”, disse o promotor. “Ela se limitou, claramente, a repetir o que já disse. Faz 90 dias que ela está ensaiando isso lá no ‘presídio de Caras’ (a Penitenciária de Tremembé, onde estão presos ‘famosos’, como Suzane Von Richthofen).”
Segundo Cosenzo, a defesa pretende sustentar a tese de que Elize agiu sob violenta emoção para caracterizar um “homicídio privilegiado” - e conseguir a redução de um sexto a um terço da pena. “Tenho certeza absoluta de que houve premeditação. Ela se preparou com antecedência, colocou uma pessoa (que seria um detetive)para monitorar os passos dele”, disse o promotor, para quem a ré contou com a ajuda de uma ou mais pessoas ao matar e esquartejar o marido.
O juiz aguarda, agora, a exumação do corpo do executivo, pedido pela defesa, que contesta a versão do perito Jorge Pereira Oliveira, de que ele estava vivo quando foi esquartejado. Depois disso, fará sua pronúncia. Em princípio, Elize deverá ir a júri popular entre o fim deste ano e o começo de 2014.
Amante diz que não faz programa
Nathalia Vila Real Lima, de 24 anos, amante do executivo da Yoki Marcos Kitano Matsunaga, também prestou depoimento ontem. Diferentemente do que disse à polícia anteriormente, Nathalia negou que tenha se relacionado com ele como garota de programa. Disse que não recebia mesadas nem ganhou um carro do executivo - só a blindagem. Segundo o advogado dela, Roberto Parentoni, o depoimento foi “um tiro no pé da defesa", que tentou desqualificá-la. A defesa disse que foi obrigada a comprovar, com documentos, que Nathália se relacionou com Matsunaga como prostituta.