A quarta noite seguida de atentados em Santa Catarina resultou na primeira morte desde o reinício dos ataques. Por volta das 3h15, a Polícia Militar (PM) matou um suspeito em Joinville. Das 18h de ontem (2) até as 7h de hoje (3), a PM registrou 12 ocorrências em todo o estado.
O suspeito morto estava em uma moto com um comparsa disparando tiros para o alto em uma das principais avenidas da cidade. De acordo com a PM, um policial que dirigia no local avistou os suspeitos e chamou reforços. Ao abordarem a motocicleta em outra rua, o criminoso sacou a arma. A polícia reagiu, matando o suspeito, de 22 anos. Com ferimentos leves, o acompanhante foi preso.
A polícia investiga se os suspeitos são os mesmos que haviam atirado contra uma base da PM na cidade três horas antes. Por volta da 0h30, dois homens em uma motocicleta dispararam em direção ao posto policial, mas nenhum tiro chegou a atingir o local.
A madrugada deste domingo também registrou três atentados a prédios de prefeituras. Em Araquari, norte do estado, quatro homens em duas motos incendiaram uma das salas da subprefeitura por volta da 1h10. No local, também funciona uma base da PM. Em Itajaí, no litoral norte do estado, um coquetel molotov atingiu o muro da subprefeitura. Em Chapecó, no oeste catarinense, criminosos tentaram atear fogo a uma garagem da prefeitura. Eles chegaram a cortar a tela, mas desistiram da ação, deixando vasilhames de combustível no local.
Em Maracajá, também no sul do estado, duas carretas estacionadas no pátio de um posto de gasolina na BR-101 ficaram completamente destruídas por um incêndio. A polícia investiga as causas do incidente, mas não descarta a ligação com a onda de atentados no estado. Desde a noite de quarta-feira (30), quando a onda de atentados recomeçou no estado, a PM de Santa Catarina registrou 43 ocorrências em 14 municípios. Segundo a Secretaria de Segurança Pública do estado, cerca de 20 pessoas já foram presas no período, alguns menores de idade.
Em novembro do ano passado, o estado enfrentou uma onda de ataques semelhantes que durou cerca de uma semana. À época, a polícia registrou 68 ocorrências, entre elas, 27 ônibus incendiados, em 16 municípios. Quarenta e sete suspeitos de envolvimento foram presos e três pessoas, todas apontados pela polícia como responsáveis pelos crimes, morreram.