Jornal Estado de Minas

Folia começa com trégua nos ataques em Santa Catarina

Depois de nove dias seguidos de violência, não foram registrados atos de vandalismo. Vinte presos perigosos serão transferidos

São Paulo – A série de atentados em Santa Catarina abriu uma trégua. Depois de nove dias seguidos de ataques, nenhuma ocorrência foi registrada na madrugada de ontem. Desde 30 de janeiro, foram 83 atos de vandalismo em 26 municípios catarinenses. Apesar da suposta paz, a PM vai manter o reforço na segurança. Já o governador Raimundo Colombo anunciou na noite de sexta-feira que 20 presos de alta periculosidade serão transferidos para presídios federais de segurança máxima.
A decisão foi tomada a partir da avaliação das forças de segurança do estado e faz parte do conjunto de ações para conter a onda de ataques e vandalismo registrada nos últimos 10 dias. Por questões de   segurança, as datas de transferência e os nomes dos detentos não serão divulgados.  Segundo a Polícia Civil de Santa Catarina, a ordem para os ataques está partindo de criminosos encarcerados. Apesar da tranqulidade na primeira noite de carnaval em todas as regiões, o policiamento continua reforçado em todo o estado, com escolta dos ônibus em algumas cidades e patrulhamento intensivo pelas ruas.

Em nota, o governador Raimundo Colombo ressaltou que por "questões técnicas" não recorreu à Força Nacional de Segurança e destacou que as polícias do estado, os agentes penitenciários e polícia Federal estão trabalhando de forma integrada. "Temos o efetivo necessário e essa decisão de não trazer a Força Nacional para Santa Catarina foi tomada em conjunto com o Ministério da Defesa. Não se trata de arrogância, não temos nenhum problema em aceitar ajuda. O governo federal é parceiro de Santa Catarina no combate à criminalidade. Está nos cedendo as vagas nas penitenciárias federais e nos ajudando na área da inteligência." O governador ressaltou ainda que repudia "os excessos" cometidos na penitenciária de Joinville. Os agentes que atuaram no episódio foram afastados e o caso está sendo apurado.

Pente-fino A Polícia Civil investiga se houve abuso de agentes penitenciários em uma operação pente-fino no presídio de Joinville, em 18 de janeiro, que pode estar relacionada aos ataques contra ônibus em todo o estado. As imagens do circuito interno mostram agentes penitenciários utilizando spray de pimenta e disparando balas de borracha, mesmo com os presos sob controle.

No dia 6, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e o governador de Santa Catarina se reuniram em Brasília. Cardozo colocou a Força Nacional de Segurança Pública, a Polícia Federal e a Polícia Rodoviária Federal à disposição do Estado. Disse ainda que, se houver necessidade de transferência de presos envolvidos nos atentados para presídios nacionais de segurança máxima, existem cerca de 300 vagas disponíveis.