Rugai acompanhou no plenário a fala da testemunha. O promotor Rogério Leão Zagallo, perguntou ao vigia se ele se arrependeu de ter dito à polícia que viu Rugai na noite do crime. “Me arrependo porque prejudicou minha família”, respondeu o vigilante.
A sessão de julgamento começou com a escolha dos jurados. Foram pré-selecionadas 55 pessoas e, dessas, sete foram escolhidas, sendo cinco homens e duas mulheres. São esperadas 16 testemunhas no Fórum da Barra Funda, zona oeste de São Paulo, para defender ou acusar o estudante de Teologia de 29 anos, que, aos 20, sonhava em ser padre. Se todos comparecerem, o júri pode estender-se até o fim da semana.
Único suspeito, o réu ficou dois anos e meio preso, depois que provas periciais e o testemunho do vigia noturno da rua onde o pai morava com a mulher indicaram a sua presença no local do crime, uma mansão em Perdizes, na zona oeste. Ela foi atingida por cinco tiros e ele, por quatro. Hoje com 29 anos, Rugai responde ao processo em liberdade.
Lados opostos
Defensores de Luiz Carlos Rugai e Alessandra de Fátima Troitino, mortos há quase nove anos, vão assumir papéis opostos no tribunal. O acusado pelo crime, Gil Rugai, terá o apoio da família e a desconfiança dos parentes da madrasta, que acreditam e assumem a tese da acusação. Para eles, foi Gil, o filho mais velho de Luiz Carlos, que assassinou o casal a tiros.
O estudante terá no tribunal o amparo informal de Alberto Toron, um dos principais criminalistas do País. O escritório dele tem como sócio Marcelo Feller, que representa o acusado, ao lado de Thiago Gomes Anastácio, de 33. A equipe de defesa ainda tem a experiência da escritora Ilana Casoy, que é especialista em criminologia e mãe de Feller.
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As versões costuradas pela defesa, segundo o promotor de Justiça Rogério Zagallo, em nada modificarão o que está no processo. Responsável pela acusação, ele afirma que tanto a marca de pé na porta como a arma do crime - achada na galeria pluvial do prédio de Gil - incriminam o acusado.
A Promotoria garante que vai apresentar outros provas aos jurados, como o suposto desfalque de R$ 150 mil feito por Gil na empresa de vídeo do pai - além do homicídio, o réu também é acusado de estelionato - e o testemunho de vizinhos que podem indicar detalhadamente o horário do crime. Já a defesa promete surpreender e apresentar nome de dois supostos assassinos do casal. Segundo os advogados de Gil Rugai, várias pessoas tinham motivos para querer o empresário morto. O perito Ricardo Molina, que auxilia a defesa do ex-seminarista, afirmou que encontrou muitos erros no processo, do início ao fim.
Com Agências