Para marcar o encerramento do 1º Encontro Nacional do Movimento das Mulheres Camponesas, cerca de 3 mil participantes fizeram nesta quinta-feira uma caminhada na Esplanada dos Ministérios. Elas saíram da catedral às 9h30, passaram em frente à Praça dos Três Poderes e se concentraram em frente ao Congresso Nacional. No gramado do Congresso, elas plantaram vários símbolos com nomes impressos de mulheres mortas pela violência.
Segundo a dirigente Nacional do Movimento das Mulheres Camponesas (MMC), Adriana Mezadri a marcha tem três objetivos principais.%u201CQueremos denunciar a violência praticada contra as mulheres. Nós não podemos mais permitir tantos assassinatos de mulheres no Brasil. A outra questão é a produção dos alimentos saudáveis, queremos recursos subsidiados já que produzimos 70% dos alimentos que vão para a mesa do brasileiro. E também garantir o salário maternidade para as trabalhadoras [do campo]%u201D.
Crianças e jovens também participaram da manifestação. A estudante de história Thaís Paz, de 20 anos, filha de camponesa disse que a participação dos jovens é fundamental nesses movimentos. %u201CA gente entende que em todos os movimentos sociais a juventude é o que dá força, vida e garante a continuidade ao movimento. Lembro de uma frase de Che Guevara que dizia que o jovem que não é revolucionário é contra a genética%u201D. Para Thaís, toda a população brasileira deve abraçar essa causa. %u201CA luta feminista, a luta pela terra e a luta pela causa camponesa é de todos nós%u201D.
A declaração de encerramento do encontro, documento entregue aos participantes, resumiu os quatro dias do evento. %u201CO primeiro encontro Nacional confirmou a missão do MMC de lutar pela libertação das mulheres trabalhadoras de qualquer tipo de opressão e discriminação; a construção do projeto de agricultura camponesa feminista agroecológico e a luta pela transformação da sociedade.%u201D
Com o documento as camponesas assumem o compromisso de construir relações de igualdade dos seres humanos com a natureza, com a produção agroecológica de alimentos diversificados, além de fortalecer as organizações populares, feministas e de trabalhadoras.%u201CÉ indispensável a luta, a organização e a formação potencializando as experiências de resistência popular, onde as mulheres sejam protagonistas de sua história.%u201D