Jornal Estado de Minas

Colegas de médica indiciada por homicídio dizem que ela é ríspida, mas idônea

- Foto: HENRY MILLEO / AGENCIA DE NOTICI A prisão da médica Virgínia Soares dividiu opiniões entre os pacientes e profissionais que trabalhavam com ela, desde que assumiu a UTI do Evangélico, há 23 anos. Conhecida como uma mulher de forte personalidade, não faltaram problemas de relacionamentos em sua trajetória ali.
Segundo o diretor Gilberto Pascolat, ela chegou a ser suspensa por um mês, por problema interno de relacionamento. “Nunca tivemos um fato sequer que desabonasse o trabalho dela, mas ela exigia muito de toda a equipe e às vezes era um pouco ríspida”, revelou.

Mas Pascolat diz estranhar a onda de denúncias a respeito da médica. “Tenho acompanhado depoimentos de pessoas que trabalharam aqui, mas, se havia esses maus-tratos, esses problemas, por que isso nunca chegou até nós?”, questiona.

Outro médico, que preferiu não se identificar, ratificou a opinião de Pascolat. “Posso dizer que ela era boca dura, não deixava nada para depois, exigia bastante de todos, mas sempre dentro da ética profissional. Chegamos a trabalhar juntos no Instituto de Medicina e ela sempre teve essa característica. Mesmo assim, nunca soube de problemas como esses que estão falando”, afirmou.

Já um segurança e ex-paciente que também pediu anonimato disse ter boas lembranças da médica e credita a ela a sua recuperação. Ele foi jogado em frente ao hospital em uma noite de 2005 com vários tiros nas costas e ficou cinco meses na UTI sendo tratado diretamente por Virgínia. “Ela foi muito boa comigo e me tratava mesmo sendo a chefe do setor. Depois disso, conversamos bastante e, anos depois, vim trabalhar no hospital. Sempre a vi como uma pessoa que me devolveu a vida. Ela até me chamou de valente, depois que me recuperei. Ela era muito exigente. E agora, com isso que aconteceu, fico triste, pois ela é como uma pessoa da família”, contou.